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“O modelo de análise organizacional e gestão do risco em águas balneares carece de profunda análise”

Paulo Falé, ex-Patrão Mor na Capitania do Porto do Funchal e Nadador-Salvador Formador, voltou a reagir à notícia sobre a época balnear, hoje publicada no DIÁRIO de Notícias, que dá conta da existência de ‘quatro qualificadas praias de banhos ainda sem vigilância’ e que até meados deste mês de Julho cinco banhistas haviam sido salvos, três dos quais em ‘praias sem vigilância’.

“As Praias de Banhos (Portaria n.º 141/2019 de 14 de maio) identificadas voltam a ser hoje noticia, não pela sua excelência na qualidade da água e serviços, mas pela inexistência de vigilância e assistência a banhistas”, começou por escrever na sua página no Facebook.

Continuando, diz que “para os menos atentos a esta problemática e dada a constante referência à escassez de nadadores salvadores, poderia deduzir-se que estamos perante um ano atípico e cujo esforço organizacional na mitigação do risco rapidamente corrigirá esta lacuna. Ocorre que a exposição do nadador salvadores e a escassez de profissionais é mais fácil de alegar que a análise profunda às razões que levam à inoperância organizacional na preparação da época balnear”, sustenta.

Paulo Falé lembra que “na lista divulgada hoje no Diário de Notícias, existem Praias de Banhos em que o fenómeno se repete anualmente, demonstrando clara inaptidão de gestão organizacional”, considera.

O militar da Marinha de licença ilimitada refere que “para os leitores mais atentos bastaria uma consulta rápida da Portaria n.º 141/2019 de 14 de maio, para constatar que no caso de a vigilância ser assegurada apenas a partir de 1 de agosto, existem Praias de Banhos que apenas cumprem vigilância durante um mês, ou seja 50% do período identificado”.

Os salvamentos é outra questão trazida ‘à tona’. Aponta o exemplo da problemática praia da Maiata, no Porto da Cruz, para alertar e despertar consciências.

“Outro dos assuntos abordados na notícia é o registo de salvamentos efectuado em águas balneares sem vigilância, neste caso, difícil de entender que depois de todas as acções de sensibilização realizadas em seminários e workshops relativamente à NECESSIDADE DE IMPLEMENTAR MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DO RISCO NA PRAIA DA MAIATA, continue a existir registo de salvamentos!

O modelo de análise organizacional e gestão do risco em águas balneares carece de profunda análise e de claro compromisso eleitoral”, conclui o Nadador Salvador Formador.

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