A partir das 18 horas. Ao fim da tarde de hoje o PSD e o CDS reúnem as respectivas Comissões Políticas e, uma hora mais tarde, os Conselhos Regionais. O principal ponto nas agendas de trabalhos é a ratificação do acordo de Governo, ultimado na passada terça-feira. Apesar dessa prioridade, tudo indica que, em ambos os casos, os resultados eleitorais das eleições legislativas, de ontem, também vão ser analisados e retiradas as devidas consequências.

Os encontros deverão ficar marcados por um facto que, apesar de formalmente paralelo, é fulcral no acordo de Governo. Trata-se a exigência de José Manuel Rodrigues, de ser presidente do parlamento madeirense. Algo a que o PSD, nomeadamente Albuquerque, já acedeu. Falta, apesar disso, garantir os 24 votos necessários à respectiva eleição na ALM.

A cedência da presidência da ALM a José Manuel Rodrigues deverá provocar uma cisão no PSD, faltando apenas apurar a dimensão da mesma.

Na passada sexta-feira, na cerimónia que assinalou o dia do Concelho de Câmara de Lobos, Tranquada Gomes, presidente cessante do parlamento, já deixou alguns avisos: “Quem utilizar a presidência da Assembleia para meros jogos de poder ou ambições pessoais, distorcendo a vontade da maioria dos cidadãos, presta um mau serviço à democracia” e “um presidente do parlamento imposto de fora para dentro, nunca será amado e respeitado, pode até ser tolerado, mas dificilmente ganhará a estima do próprio Parlamento, das demais instituições regionais e da população.”

Sem nomear quem quer que seja, fica óbvio que Tranquada Gomes discorda de todo o processo e da cedência do seu partido à exigência de José Manuel Rodrigues. Aliás, o próprio partido do pretendente presidente também evidencia descontentamento, como, aliás, Teófilo Cunha já admitiu.