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O lugar utópico do jornalismo debatido no Folio

“A utopia no jornalismo é contribuir para que certas coisas possam ser realizáveis”, disse esta segunda-feira Henrique Monteiro, num dos debates organizados pelo Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos para assinalar os 500 anos sobre a publicação da obra “Utopia” de Thomas More.

Para o colunista do jornal “Expresso”, esse contributo poderá ser dado através da denúncia de situações como a dos muros que proliferam na Europa. Discorrendo sobre os problemas da “utopia”, uma palavra que não existia antes do século XVI, mas cuja ideia que traduz “estava já presente em Platão ou São Tomás de Aquino”, Henrique Monteiro aludiu aos seus “aspetos totalitários”, dando como exemplo algumas materializações do socialismo utópico que deixaram o mundo “estarrecido”. Mas apesar das reservas que o termo suscita, o jornalista não deixou de perguntar: “será possível viver sem utopias?”

Cruzando também a palavra com o jornalismo, António José Teixeira apontou a “procura da verdade” como o “não-lugar” da sua profissão. Uma demanda cada vez mais difícil e que depende de um “espírito crítico”, capaz de desbravar as “camadas de aparência”, afirmou o diretor-adjunto de informação da RTP. Camadas muitas vezes produzidas por outros profissionais da informação, como os assessores de imprensa ou os “spin doctors”, que António José Teixeira diz serem atualmente mais numerosos que os próprios jornalistas.

A questão do relativismo surgida com a pós-modernidade, em que “a verdade depende apenas do ponto de vista de cada um”, é também uma cortina de fumo que prejudica o jornalismo, considerou António José Teixeira. E Henrique Monteiro deu exemplos de como a mentira é por vezes mais eficaz do que a verdade: “Donald Trump mente todos os dias e parece obter resultados com isso”. Ou a guerra do Iraque, cuja justificação assentou nas “provas de Bush de que havia armas de destruição maciça.”

O jornalista deve fazer perguntas, por vezes as mais simples, considerou Henrique Monteiro: “Alguém diz que o relatório tal apresenta determinados números. O Jornalista deve perguntar: mas qual relatório? Onde é que ele está?” Em vez de procurar apenas “a reação”, aquilo que o entrevistado “sente” ou “pensa” sobre determinado assunto. Um “esforço de objetividade”, ouvir “interesses contraditórios” e procurar – sempre – uma “aproximação à verdade”, será então o lugar utópico do jornalismo, na opinião de Henrique Monteiro.

Fonte: Jornal de Notícias

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