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Está feito o mais difícil agora construa-se

A exposição que reúne os 22 projetosconcorrentes ao futuro Terminal Intermodal de Campanhã, incluindo a propostavencedora, da autoria do arquiteto Nuno Brandão Costa, foi ontem inaugurada nosPaços do Concelho, onde vai estar patente ao público até ao dia 6 de março.Como resumiu Rui Moreira, no final da cerimónia, “está feito o mais difícil.Agora, construa-se”.

 

Onome da exposição não deixa dúvidas: “Terminal Intermodal de Campanhã -Projetos Participantes”. Até ao próximo dia 6 de março, o átrio da Câmara doPorto volta a funcionar como cenário para uma exposição e dá a conhecer aopúblico os mais de 20 projetos concorrentes a uma das obras estruturantes parao desenvolvimento da zona oriental da cidade, fundamental, também, para mobilidadecoletiva de toda a cidade do Porto e da própria área metropolitana.

 

Comorecordou o presidente da Câmara do Porto, “percorremos um longo caminho paraaqui chegarmos” mas, “ao fim de 14 anos de promessas, este projeto será,brevemente, uma obra”.

 

Garantindoque “o mais difícil está feito”, o presidente da Câmara do Porto lembrou algunsdos obstáculos que foram sendo ultrapassados, a começar pelo Acordo do Porto,”que permitiu ao Município incorporar recursos financeiros que reivindicava hádécadas, decorrentes de indemnizações pelos terrenos do Aeroporto”. Mas tãoimportante como garantir esses recursos, foi “ganhar o direito a construir oTerminal Intermodal de Campanhã em terrenos que eram do Estado”.

 

Ospassos seguintes foram quase simultâneos, coincidindo com a delimitação da Áreade Reabilitação Urbana de Campanhã-Estação e o lançamento do concurso para oTerminal Intermodal, obra incluída no plano que envolverá um investimento de 75milhões euros na zona oriental da cidade durante os próximos 10 anos.

 

Aimportância deste projeto esteve, de resto, bem patente na “qualidade,quantidade e diversidade dos trabalhados apresentados”, como destacou opresidente do júri do concurso, o arquiteto Carlos Prata, revelando que aproposta vencedora foi votada por unanimidade, sendo escolhida, nomeadamente,”por valorizar toda a envolvente e privilegiar o espaço para os utentes”.

Mas,para além da qualidade técnica dos projetos, Rui Moreira sublinha ainda outravertente, esta mais emocional, ao fazer notar “o amor imenso pelo Porto e porCampanhã,” que se espelha, por exemplo, “no cuidado e respeito ambiental e navontade de ir além do óbvio e do estritamente necessário”.

 

“Queríamosum projeto, não apenas de um parque de autocarros”, enfatizou o autarca, sublinhandoa importância de “um projeto requalificação urbana que se enquadrasse nasinfraestruturas pré-existentes, que as qualificasse mas que, simultaneamente,pudesse elevar os padrões urbanísticos de Campanhã”.

 

Contudo,como sublinhou também Rui Moreira, este será um equipamento que não irá apenasbeneficiar Campanhã.

 

Pelasua localização e confluência com importantes eixos rodoviários (VCI eCircunvalação) e infraestrutura ferroviária (Estação de Campanhã), o futuroterminal tornar-se-á num dos “principais nós da rede de transporte público,enquanto interface estratégico de um anel de contorno da cidade do Porto”,sendo, aliás, “o único potencial interface de 1º nível da região Norte, apenasequiparável ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

 

PARQUE SERÁ ELEMENTO AGREGADOR DO PROJETO

 

Ausenteno estrangeiro aquando da sessão pública que a 10 de fevereiro deu a conheceros resultados e classificações do concurso, Nuno Brandão Costa aproveitou agoraa oportunidade para revelar alguns pormenores do seu projeto, que foi encarado,desde a primeira hora, “como uma oportunidade para resolver uma questãourbanística que há muito anos se impunha naquela zona, marcada por grandedesordem territorial e fragmentação urbana”.

 

Inspiradopela “luz muito especial deste vale”, mas também pelas “suas característicastopográficas muito fortes”, Nuno Brandão Costa sintetiza o projeto de formamuito simples e depurada, “a partir de uma linha”, que passará “a estabelecerum limite físico à estação de comboios”, tendo no parque, “que terá umadimensão significativa, semelhante à Avenida dos Aliados, o principal elementoagregador de toda a envolvente urbana”.

 

Privilegiandoa qualidade do espaço destinado aos utentes, abrindo-o para uma áreaarborizada, o projeto integra um edifício de dois pisos que separam os espaçospúblicos e de trabalho administrativo das áreas funcionais do terminal, asquais se desenvolvem num piso enterrado, em associação direta com o parque deestacionamento e as vias de circulação.

 

Nacerimónia que marcou a abertura da exposição, foram ainda entregues os prémiosreferentes aos três projetos melhor classificados pelo júri respetivamente novalor de 12,5 mil, dez mil e 7,5 mil euros.

 

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