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Rui Moreira afirma que estratégia de construção da CREP custou 300 milhões e falhou devido às portagens

Não é a primeira vez que o presidente da Câmara do Portoalerta para a distorção, mas agora explicou-o num artigo publicado num jornal diário onde escreve todas as semanas. Rui Moreira quer que a CREP – Circular RegionalExterior do Porto deixe de ser portajada, para aliviar a VCI, onde otrânsito de passagem continua a aumentar e a criar problema ambientais e decirculação, não apenas no Porto mais nos concelhos limítrofes.

No texto, intitulado “Remar contra a maré”, Rui Moreirarevela alguns número, chamando a atenção para o facto de “alguns nós da Via deCintura Interna (VCI), no Porto, registam um tráfego superior a 250 milveículos por dia, calculando-se que perto de 200 mil que ali circulam não sedestinam à cidade do Porto. Estes dados fazem daquela via a que tem maiordensidade de trânsito em todo o país”.

Para o autarca, “os efeitos destes números colocam ao Portovários desafios. Desde logo, desafios ambientais, dada a pressão de emissõespoluentes e de ruído que representam. Mas também de mobilidade, uma vez que asdemoras provocadas pelos constrangimentos de trânsito na VCI contaminam toda acidade. Ainda esta semana, um acidente com um pesado que simplesmenteatravessava a cidade provocou consequências no Porto, em Vila Nova de Gaia e emMatosinhos.”, escreve.

Rui Moreira explica que o problema, identificado há pelomenos duas décadas, levou à construção da chamada Circular Regional Exterior doPorto (CREP), que supostamente deveria absorver muito do trânsito de passagemem direção ao Norte e a Este, sem que precisasse entrar na VCI. Mas, para opresidente da autarquia portuense, essa estratégia, “que custou mais de 300milhões de euros ao erário público, falhou catastroficamente, quando ficoudecidido portajar a CREP, condenando–a a ser um enorme deserto de asfalto.Livre de portagem, a VCI continuará a acumular o trânsito de passagem deligeiros, que alimentam uma região suburbana em expansão e uma cidade do Portocada vez mais vibrante e atraente, mas também os pesados que se dirigem a Nortee servem o Porto de mar e o aeroporto”.

O QUE A CÂMARA ESTÁ A FAZER PARA MINIMIZAR PROBLEMA

No artigo, explica também o que a Câmara está a fazer paramitigar o problema. “O Porto e a Infraestruturas de Portugal estão a fazer um esforço de plantação de bosques junto dos nós da VCI para mitigar a enormepegada ecológica. O estado e as autarquias, entre as quais a do Porto,preparam-se para investir no transporte público, através da construção de maisquilómetros de Metro e através da aquisição de uma nova frota da STCP maisecológica. São medidas inteligentes e que permitirão melhorar o ambiente e amobilidade. Mas serão pouco mais do que inglórias se a VCI continuar a servircomo principal eixo rodoviário de passagem do Norte”.

Finalmente, Rui Moreira diz que estas medidas não são,contudo, suficientes desafiando o Estado a fazer mudanças: “Se a lógica decobrança de portagem na CREP não se inverter, será difícil melhorar de formadecisiva o ambiente e a mobilidade no Porto e na Área Metropolitana. Essadecisão, que só pode ser tomada pelo Estado, pode implicar complexasnegociações, mas caso não venha a ser tomada, as autarquias implicadascontinuarão a sentir que pouco mais poderão fazer do que remar contra a maré”.

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