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“Endgame” em estreia mundial no Mosteiro de São Bento da Vitória

É numa gigantesca estrutura cilíndrica habitada pelo público – que assiste ao espetáculo de cima para baixo – que a cubana Tania Bruguera revisita a peça “Endgame”, de Samuel Beckett. Realizada a convite da bienal BoCA, esta coprodução do Teatro Nacional de São João (TNSJ) é apresentada em estreia mundial, nos próximos dias 20 e 21, no claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória.

“Conhecida internacionalmente pelas suas provocatórias instalações e performances”, Bruguera arrisca, nesta apresentação, “uma incursão em território teatral para afrontar a herança de um dos clássicos indisputados da dramaturgia contemporânea” – observa o TNSJ.

Desconcerto, devastação e relações de poder, com seus ciclos viciosos, são explorados numa encenação que elimina convenções para atribuir nova expressão a um texto com que Beckett “abriu uma janela com vista para um eterno crepúsculo de cinzas”. Ocupando uma estrutura espiralada, o espetador assiste ao desenrolar de um drama que reúne atores profissionais e não-profissionais, “numa circularidade que desconcerta”.

“Endgame” reflete, nesta releitura, a abordagem de uma “artivista”, o neologismo com que Tania Bruguera se define. No léxico da cubana, “artivismo” é o encontro da arte com o ativismo político, e a partir daqui também “uma ferramenta vocacionada para a reinvenção da linguagem de protesto”.

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