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Um São João feliz no Porto

“Desde que os portuenses venham e estejam felizes, está tudo bem”. É este o São João que Rui Moreira deseja, e foi este sentido de festa que encontrou, antes do jantar, pelas ruas da Sé e da Ribeira.

Como é já tradição, o presidente da Câmara do Porto misturou-se com as pessoas. Abraçou, falou, entrou em casas, brindou ao santo, à vida e à cidade.

“Levei muitas marteladas, mas destas não me importo nada” -diria pouco depois aos jornalistas. Como afirmou, nesta noite e neste Porto “uma martelada é um gesto afetivo”.

Por isso, quando questionado sobre a martelada que gostaria mais de receber, num segundo respondeu: “Da EMA [Agência Europeia do Medicamento], certamente. Gostava de ficar com ela para nós”. No momento, o melhor presente deste São João já chegou, “foi ficarmos com o Teatro Sá da Bandeira“.

Confrontado com a proibição dos balões de São João, afirmou não dever pronunciar-se sobre matéria vertida em lei. É certo que à baila vem “aquele ditado de ‘trancas à porta’, mas tenho de respeitar”.

De resto, “temos de levar isto com o espírito de São João” e com a resiliência dos portuenses. E as tradições também se vão fazendo. “Há 40 ou 50 anos, também não havia martelos”.

Sobre o assunto, pouco mais quis acrescentar, “até porque isto está a transformar-se num país de especialistas. E eu não sou especialista… Se me perguntarem como se assa uma sardinha, disso eu sei”.

Adiantou, apenas, esperar que “o Governo acautele a situação de muitos comerciantes que hoje estão com um stock de material legal [os balões] e que não podem vender”, simpatizando por isso com a tomada de posição da Associação dos Comerciantes do Porto.

 

Recorde-se que o Governo antecipou este a época de incêndios para 22 de junho, uma decisão que traz ao pensamento a tragédia de Pedrógão Grande.

A este propósito, Rui Moreira pediu que não haja esquecimento. “Esquece-se depressa”, lamentou, “resta lembrar o que aconteceu na Madeira no ano passado…”

Mas hoje é São João. Sem esquecer, sem contornar o que incomoda, importa “também, às vezes, “afastar as tristezas”. Foi isso que pediu neste final de tarde, que “os portuenses estejam felizes”.

Mostraram que estão. Um pouco por todo o lado, foram ocupando as ruas, fazendo ruidosamente a abertura de uma longa noite.

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