Aos 105 anos, lucidez e boa disposição não falham ao padre Joaquim Cunha, o sacerdote mais idoso de Portugal. Na Casa Sacerdotal da Diocese do Porto, onde reside, costuma dizer que “a sua cabeça com o corpo de um e os pés de outro”, entre aqueles que o acompanham diariamente, “davam um padre magnífico”. Com este humor, celebra hoje 80 anos de ordenação.
“É uma memória viva da Diocese do Porto, um encanto da vida sacerdotal. Penso que nele podemos ver refletido em espelho, a dedicação, generosidade, a grandeza de vida oferecidas do presbitério do Porto”, disse a seu respeito o bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, à Agência ECCLESIA.
“Neste amplo arco do tempo de oitenta anos de ordenações estamos todos nós, aqueles que Deus chama continuamente para o serviço da Igreja do Porto”, salienta o responsável pela diocese, que esta manhã presidiu na Casa Sacerdotal à cerimónia comemorativa do aniversário.
Ordenado presbítero no dia 8 de agosto de 1937, o padre Joaquim Cunha foi responsável pelas paróquias de Tabuado e Rio de Galinhas, em Marco de Canaveses, até 2010 e durante quase toda a sua vida religiosa. Tanto tempo deu para casar os netos de paroquianos que batizara.
Nascido a 8 de julho de 1912 em Mesquinhata, no concelho de Baião, o decano dos sacerdotes portugueses esteve no passado dia 13 de Maio com o Papa Francisco, realizando o sonho de assistir à canonização de Francisco e Jacinta.
Esta é uma história de entusiasmo e fé que não esmorecem, contra as limitações físicas: foi o próprio padre Joaquim Cunha que pediu para o levarem a Fátima. Na ocasião, o Sumo Pontífice ofereceu-lhe um terço e a medalha do pontificado.