Eduardo Gageiro expõe fotografias icónicas da Revolução de Abril
Espaço Oficinas
No próximo dia 16 de março, as Oficinas de Formação e Animação Cultural inauguram, às 18 horas, a exposição de fotografias de Eduardo Gageiro, um dos maiores fotógrafos portugueses.
Nascido em Sacavém, em 1935, Eduardo Gageiro começou a trabalhar aos 12 anos, na fábrica de loiças de Sacavém, onde o seu contacto com pintores, escultores e operários fabris viria a definir o seu olhar sobre o mundo e a vida. Foi nessa altura que publicou a sua primeira fotografia. A partir dai, a paixão pela fotografia levou-o a iniciar-se como repórter fotográfico no Diário Ilustrado, e a colaborar, mais tarde, com várias publicações, onde se limitava a fotografar o que sentia: olhares, rostos, a miséria do povo, com grande carga emocional, rompendo com o socialmente instituído. Por essa razão teve problemas com a pide e até foi preso por causa de uma fotografia que fez na Nazaré. Mas isso, não o demoveu. Eduardo Gageiro enviava, à socapa, fotografias do seu Portugal profundo para o estrangeiro, que só conhecia o Portugal dos postais turísticos. Graças a ele, o mundo teve conhecimento do Portugal real. Autodidata, fotografou em todo o mundo, conseguindo estar sempre presente nos momentos certos.
Eduardo Gageiro foi editor da revista Sábado, trabalhou ainda para a Associated Press (Portugal), a Companhia Nacional de Bailado, a Assembleia da República, entre outros.
Membro de honra de inúmeras entidades estrangeiras de fotografia, como a Excellence F.I.A P (Fédération Internationale de l’Art Photographique – Berna, Suíça). Foi ainda, em 1966, vice-presidente do II Congresso Internacional de Repórteres Fotográficos (S. Paulo-Brasil).
Eduardo Gageiro tem participado em dezenas de exposições individuais e coletivas e as suas obras estão representadas em inúmeras publicações. As suas fotografias, sempre a preto e branco, foram vencedoras de mais de 300 prémios, e reproduzidas em todo o mundo.
A exposição que traz a Aljustrel é composta por 40 fotografias icónicas, que capturaram os momentos excecionais, entre os dias 25 de abril e o 1.º de maio de 1974, que iriam determinar o destino do país, como foi o caso da fotografia com Salgueiro Maia, a morder o lábio, para não chorar de emoção, depois dos militares do Regimento de Cavalaria 7 se juntarem ao Movimento das Forças Armadas, no Terreiro do Paço. Ou ainda, do soldado a retirar da parede a fotografia de Salazar, na sede da PIDE, no dia 26 de abril.
As fotografias vão estar patente ao público até ao dia 25 de abril, e como habitualmente, visitas guiadas à exposição podem ser efetuadas, mediante marcação prévia, às quartas-feiras, para o público escolar e público em geral.