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Experiência com sistema fixo para agregação de peixe no Banco Condor poderá beneficiar pescadores, afirma Diretor Regional

O Diretor Regional das Pescas adiantou hoje que será colocado, na próxima semana, no Banco Condor, a 12 quilómetros do Porto do Varadouro, no Faial, um sistema fixo para agregação de peixe com o objetivo de “realizar um ensaio, que terá uma monitorização diária por parte dos pescadores”.

 

Luís Rodrigues, que falava, na Horta, num workshop no âmbito do projeto ORFISH, salientou que se trata de “um sistema inovador e ambientalmente favorável”.

 

“Se esta experiência funcionar, este sistema fixo agregador de peixe poderá vir a ser colocado noutros locais”, afirmou.

 

Luís Rodrigues defendeu que estes sistemas, constituídos por um conjunto de boias, com refletor de radar, poderão “permitir aos pescadores poupar tempo e combustível à procura de peixe”, acrescentando que, desta forma, “há uma poupança económica, mas também ambiental”.

 

“Evitam-se os gastos com o combustível, reduzindo, desta forma, a produção de gases de estufa”, disse o Diretor Regional, salientando que esta experiência poderá ter “particular interesse na pescaria do atum” no Mar dos Açores.

 

Os peixes pelágicos, como atum, dourado e lírio, tendem a concentrar-se debaixo de objetos flutuantes, como, por exemplo, troncos ou boias perdidas, e o que se pretende é “compreender melhor este comportamento, através de um sistema agregador fixo de peixe”, afirmou.

 

Luís Rodrigues salientou que a escolha do Banco Condor como local para este ensaio se deve ao facto de ser “uma área protegida e que tem servido de ‘laboratório’ para muitas experiências de investigação científica desde 2009”.

 

A responsabilidade da construção e da monitorização desta nova tecnologia agregadora de peixe estará a cargo da SeaExpert, uma empresa de serviços e consultoria na pesca, e terá o acompanhamento da Direção Regional das Pescas.

 

Segundo Luís Rodrigues, esta experiência pode contribuir para “a diversificação da atividade da pesca, com impacto positivo na disponibilidade de recursos costeiros, podendo representar também mais valias para o rendimento dos pescadores”.

 

Coordenado pelo Governo Regional de Guadalupe, o projeto ORFISH, com a duração de um ano, envolve as Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, nomeadamente Açores, Madeira, Guadalupe, Martinica, Canárias, Guiana Francesa, Reunião e Mayotte, através da parceria entre entidades privadas, institutos de investigação e entidades governamentais.

 

Os Açores participam neste projeto a vários níveis, com destaque para a disseminação de tecnologia de pesca mais seletiva e sustentável, sendo que o primeiro workshop se realizou em Terre-Basse, Guadalupe, em outubro de 2017.

 

O encontro que decorre até quarta-feira na Horta tem como principal objetivo a preparação da experiência com o sistema de agregação fixo de pescado no Banco Condor, e conta com a presença de Nicolas Diaz, representante da Região de Guadalupe, que vai apresentar a experiência realizada com estes dispositivos no mar das Caraíbas.

 

O ORFISH visa manter e diversificar a atividade da pesca artesanal, evitando a pressão sobre os recursos costeiros, através da troca de conhecimento e inovação tecnológica entre as Regiões Ultraperiféricas e resulta de uma decisão estratégica para a sustentabilidade, de acordo com a nova Política Comum de Pesca.

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