A Diretora Regional da Energia adiantou que a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis e endógenas nos Açores foi de 41% no primeiro semestre deste ano, o que representou um crescimento de 1,6% face ao período homólogo de 2017, evitou a emissão de cerca de 64 mil toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera e permitiu uma redução de 7% de utilização de combustíveis fosseis para o efeito, o que evidencia a “concretização de política públicas na matéria”.
“Este é um resultado bastante satisfatório, que nos mostra que estamos a assistir e a valorizar uma desejada transição para as energias limpas, que privilegia os recursos naturais, renováveis e endógenos, como um dos pilares para a independência energética dos Açores”, frisou Andreia Carreiro, no final de uma visita à Central Hidroelétrica dos Túneis, na Ribeira Quente, em S. Miguel.
Os Açores, segundo a Diretora Regional, “apesar da sua fragmentação territorial, apresentam um potencial diversificado de recursos, absolutamente inédito a nível global, e que pretendemos maximizar”.
Nesse sentido, destacou a energia geotérmica, com um crescimento de cerca de 14% em 2018, assumindo uma representatividade de 27% do total da energia produzida nos Açores, devido, em parte, à entrada em funcionamento, no final do ano passado, da Central do Pico Alto, na Terceira, que assegura 12% da energia desta ilha, enquanto que a representatividade em São Miguel é já de 44%.
“Os Açores possuem uma grande diversidade de recursos naturais”, sublinhou Andreia Carreiro, apontando a energia eólica, que representou mais de 8% da energia elétrica produzida no primeiro semestre de 2018, e a hídrica, com cerca de 4%, acrescentando que “estão em curso diversos projetos que vão incrementar a integração de energias limpas no sistema eletroprodutor”.
“O esforço para reduzir a dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade no sistema elétrico tem sido significativo”, afirmou Andreia Carreiro, explicando que “estas soluções, apesar de apresentarem investimentos iniciais superiores aos da opção de reforço da componente térmica, permitem reduzir custos de operação e aumentar a autonomia do sistema produtor”, um aspeto que considerou ser “crucial” numa “realidade arquipelágica que se materializa em micro redes isoladas”.
“São estas as potencialidades que nos diferenciam como Região e pretendemos, através de uma aposta consolidada, alcançar resultados extraordinárias na área da energia”, garantiu a Diretora Regional, sublinhando que, seguindo este rumo, “conseguiremos levar os Açores além-fronteiras, auferindo terreno a nível nacional e internacional, como Região inovadora pelo fomento da sustentabilidade energética”.
Andreia Carreiro salientou que “os Açores encontram-se atualmente bem posicionados no setor energético, onde se pretende uma abordagem inovadora, lidando com a energia de forma integrada e inclusiva a diversos setores, mediante diálogo permanente e imprescindível para o sucesso das políticas públicas, incluindo a participação de todos os cidadãos” e, por esta via, “garantir energia segura e acessível a todos os Açorianos, bem como a criação de emprego qualificado na Região”.