Apresentação de 3 filmes documentais dedicados ao Mar, um projeto do Realizador Pedro Neves
PEDRO NEVES nasceu em Leiria em 1977. É documentarista e jornalista freelance desde 1999. Estudou no Porto, onde concluiu uma pós-graduação e um mestrado em Cultura e Comunicação, variante Documentário, com uma dissertação sobre o documentário dos anos da Revolução de Abril. Em 2007 frequentou um curso de realização de documentários na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San António de los Baños, Cuba. Em 2008 fundou a produtora Red Desert Films. Venceu nove prémios com os filmes que realizou. Foram exibidos na RTP, Canal PLus France, canal Plus Afrique ou TVCine e entraram na competição em mais de 40 festivais nacionais e internacionais, como Clermont-Ferrand, Guadalajara, Doclisboa, Documenta Madrid, Curtas Vila do Conde, Kinoforum, entre outros. Da sua filmografia, destacam-se os documentários “a olhar o mar” (89’, 2007), “En la Barberia” (6’, 2007), “Os Esquecidos” (63’, 2009), “Desencontros” (39’, 2010), “Água Fria” (14’, 2011), “A Raposa da Deserta” (85’, 2014) e “Hospedaria” (20’, 2014). Em 2014 finalizou o documentário “Acima das Nossas Possibilidades” (43’), integrado no Projecto Troika e, com Boaventura Sousa Santos, realizou a curta-metragem “Conversas do Mundo”. Em 2015 produziu e realizou o filme “Bairrismos” (61’). Já em 2016 realizou a curta-metragem documental “A Praia” (Doclisboa) e a longa “Tarrafal” (Porto Post Doc)
Água Fria
As desilusões ajudam os pés a entrar na água fria. São como sussuros indiferentes à música distorcida que ecoa na praia. As desilusões fazem este povo pedir aos céus o que não alcança na terra. Quantos são os sonhos que não se ousam sonhar?
A Raposa da Deserta
Esta é a história incrível de um homem que é o único habitante da ilha Deserta, no Algarve. Trabalhou nas obras e numa fábrica de plásticos mas estava sempre doente. O médico aconselhou-o a mudar de vida e fez do seu hobby profissão. Em 1981 largou tudo e veio para a ilha Barreta, mais conhecida pela Deserta. É pescador, cozinheiro, conversador e inventor. Vive sozinho, com o seu trabalho, a observação de pássaros, os seus pensamentos e passeios, as patuscadas para os amigos que aparecem, as suas invenções. Adora a vida que tem e conhece todos os recantos da ilha. Chamam-lhe A Raposa da Deserta.
A Praia
Na sociedade atual somos diariamente invadidos por imagens de corpos bonitos e jovens. Os corpos mais velhos são escondidos e esquecidos como se estivessem impregnados de negatividade. Neste filme somos confrontados com esses corpos, desnudos e felizes, no dia-a-dia de uma praia da região de Lisboa. Afinal, não serão estes corpos bonitos, alegres, plenos de vida? Porque recusamos rever-nos nesses corpos, se estes são afinal o testemunho de uma longa e rica vivência? Em A Praia, os idosos regressam à vida activa, abandonam os espaços de sofrimento e solidão, de desprezo e menosprezo a que se foram tristemente habitando nas sociedades contemporâneas. Divertem-se, brincam, nadam, correm. Voltam a ser gente como toda a gente.