Fundação de Serralves, Museu Nacional de Soares dos Reis, Centro Português de Fotografia: foi neste “tripé” institucional que assentou a programação de artes plásticas da Capital Europeia da Cultura.
A Fundação de Serralves previa abrir, em meados de 1999, o seu Museu de Arte Contemporânea. Mas o recém-nascido CPF iniciara a sua programação confinado ao rés-do-chão da antiga Cadeia da Relação, estando o resto do edifício muito degradado, e o MNSR tinha projecto global de reabilitação e expansão, mas as obras ficaram-se pelo piso inferior. Conseguir financiamento para realizar os trabalho de reabilitação necessários e contar com os contributos das duas instituições em 2001 foi, desde o início do processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura, considerado como essencial.
Outras realidades foram consideradas. Escolas superiores de Arte e Arquitectura de valor reconhecido formavam jovens criadores. Nos Jardins do Palácio estava em construção um edifício destinado a acolher a Biblioteca Almeida Garrett e a primeira Galeria municipal pensada de raíz. Perto, à volta da Miguel Bombarda, iam-se concentrando galerias de arte que apresentavam artistas reconhecidos ao lado de artistas emergentes. O interesse gerado pelas três edições das Jornadas de Arte Contemporânea, promovidas pela CMP , com apresentação de obras contemporâneas em edifícios históricos fechados ou degradados, criara práticas de trabalho em parceria, expectativas no meio artístico e curiosidade em públicos inabituais
Estava criado um ambiente favorável à definição de uma programação coerente que possibilitasse “a intersecção de um olhar português sobre a arte internacional com um olhar estrangeiro sobre nomes e momentos fundamentais da arte e da cultura portuguesas”.
A área de Artes Plásticas da Porto 2001, que incluiu a Arquitectura, trabalhou numa lógica de complementaridade, privilegiando a comunicação estética com um leque diversificado de públicos ao associar, à contaminação disciplinar, a disseminação pela cidade. A paisagem social e urbana do Porto foi a âncora da programação definida, incluindo a redescoberta da cidade e dos seus construtores.
A Porto 2001 financiou parcialmente o edifício cultural do Palácio de Cristal ( Biblioteca e Galeria), responsabilizou-se pelos projectos e obras no MNSR – reabilitação dos 2º e 3º pisos e do velódromo, e construção do Auditório e da Sala de exposições temporárias – e na Cadeia da Relação – dotando o CPF dos espaços necessários à conservação, estudo e divulgação do seu espólio, a que acrescentou a preciosa colecção de máquinas fotográficas de António Pedro Vicente.
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