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No Alvo

A Mãe, a Filha, o Escritor dramático, a Criada, não estão apenas sós, uns contra os outros. Eles exibem, também, numa nudez “despudorada” os mecanismos dos cérebros. Num crepuscular “quadro de família” emerge a Figura da Mãe que faz a sua Vida semeando a Morte à sua volta. Ela, que só desejava ver o mar e perceber as marés. Que partiu de mala vazia e para a encher passou por cima de Tudo. Ela, que detestou tanto o marido como adorava ouvi-lo dizer (a despropósito?) ”que tudo está bem quando acaba em bem”. Ele, que pronunciava como ninguém a palavra “fundição” e que com ela teve um Filho, “que ele fez” e que era só “simplesmente horrível”. Nasceu velho e morreu ainda bem novo no berço, donde nunca saiu. Nunca suportaria que fosse conspurcado pela imundície. Sim, a imundície diz ela prolifera por todo o lado, no teatro, na fábrica, nos operários, sim… há 60, há setenta anos “que os trabalhadores triunfam / mas isso ainda os nossos não entenderam / os trabalhadores triunfam / eles têm o caderno na mão / ditam determinam / arruinam-nos completamente… como tu não percebes nada de chá / também não fazes ideia da história do mundo minha filha.” (inNo Alvo)
Rui Madeira

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