A partir da versão de Alexandre O’Neill e Luís de Lima (editada pela Minotauro em 1962 sob o títuloMestre Ubu) António Pires leva às Ruínas do Carmo uma das mais influentes peças da dramaturgia europeia, precursora de movimentos artísticos como o dadaísmo e o surrealismo ou o teatro do absurdo, que haveria de marcar o panorama teatral na Europa pós-Segunda Guerra.
Jarry terá escritoRei Ubua partir de uma paródia, composta com os seus colegas de liceu em Rennes, dedicada a um grotesco e boçal professor de Física. Quando em 1896 estreia em Paris, a peça causa controvérsia pela bizarria e pela subversão das normas, confrontando a plateia eminentemente burguesa com a sua própria vilania. Em causa, a história de Ubu, um usurpador de trono que, de uma forma absurda e brutal, exerce o poder até à catástrofe final, numa personagem onde se encontram ecos dos shakespearianos Macbeth e Falstaff.
Nesta produção do Teatro do Bairro, António Pires dirige um elenco de mais de uma dezena de atores (entre os quais alunos finalistas da ACT School) que darão vida a uma das sátiras mais assustadoramente delirantes sobre o poder absoluto e a tirania. FB