As montanhas cobrem cerca de 27% da superfície terrestre, e no nosso Pais as áreas de montanha correspondem a 11%. Estas formações geográficas de relevo têm uma enorme importância em diversos serviços dos ecossistemas, entre os quais regulação climática, sequestro de carbono, fornecimento de água doce às regiões mais baixas, produção de alimentos e de materiais lenhosos, refúgio para a biodiversidade e serviços de índole cultural, como áreas recreativas, turismo e usufruto da paisagem.
Contudo, as montanhas encontram-se extremamente vulneráveis às alterações climáticas, à desflorestação, à degradação dos solos e aos desastres naturais, consequências potencialmente devastadoras e de longo alcance, tanto para as comunidades montanhosas, como para o resto do mundo. O abandono das práticas agrícolas tradicionais, em especial do pastoreio, o aumento da frequência de incêndios, a construção de infraestruturas em áreas sensíveis, a florestação com espécies exóticas de crescimento rápido e a invasão por espécies exóticas, são fatores que contribuem para a degradação ambiental, perda de biodiversidade e consequente diminuição da capacidade no fornecimento de serviços dos ecossistemas. Ainda de salientar que quase um bilião de pessoas vive nas montanhas e, mais de metade da população humana depende das montanhas para a sua subsistência.
O Município de Amarante é rodeado por duas montanhas muito particulares: Marão e Aboboreira. A Serra do Marão é a sétima maior elevação de Portugal Continental e tem cerca de 1415 metros de altitude. Situa-se na região de transição do Douro Litoral para Trás os Montes e Alto Douro. Nesta montanha a espécie que predomina é o pinheiro que lhe confere uma tonalidade verde ao longo de todo o ano. A Serra da Aboboreira é caracterizada por ser uma área muito interessante sob o ponto de vista ecológico e arqueológico, distribuindo-se pelos concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Nas encostas da serra é por vezes vigorosa a regeneração espontânea da floresta nativa de carvalhos.