O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje, em São Miguel, que o aumento da eficiência das explorações leiteiras nos Açores é um desafio permanente, que passa, por exemplo, pela aposta contínua na melhoria das infraestruturas agrícolas e na redução de custos nas explorações. 

“A aposta na melhoria da produção de pastagens e forragens deve ser um dos caminhos a seguir para se conseguirem reduzir custos nas explorações, mas não é o único. Da parte do Governo Regional, vamos continuar a investir nas infraestruturas agrícolas, nomeadamente caminhos, abastecimento de água e eletrificação das explorações, para dar melhores condições de trabalho aos agricultores e contribuir desta forma para a redução dos custos da atividade agrícola”, frisou João Ponte, que visitou ao início do dia uma exploração leiteira que se estende pelas freguesias da Relva e da Covoada, no concelho de Ponta Delgada.

O governante considerou que esta exploração, propriedade de um jovem agricultor, é um “excelente exemplo”, com uma visão integrada de toda a produção, pois, além de apostar na modernidade e na melhoria da qualidade do produto final, o leite, aposta também na qualidade da alimentação dos animais, através da introdução de novas forragens, nomeadamente leguminosas e culturas forrageiras, como a beterraba, contribuindo para aumentar o rendimento pela via da redução dos custos de produção.

“Os serviços técnicos do Governo Regional têm acompanhado de perto os resultados da produção da beterraba forrageira, avaliando a melhor forma de produzir, de administrar aos animais e os respetivos benefícios para a sustentabilidade das explorações”, referiu João Ponte, admitindo que esta produção possa vir a ser apoiada pelo POSEI.

João Ponte salientou ainda que o Governo dos Açores tem que continuar a apostar na formação dos agricultores, direcionando-a para a rentabilidade e a sustentabilidade das explorações agrícolas, que é um fator determinante para ter agricultores melhor preparados para enfrentar os desafios do futuro.

Relativamente à produção de leite, o Secretário Regional destacou que, em termos de quantidades comercializadas da Região para Portugal continental, se registou, até ao terceiro trimestre de 2018, um decréscimo de 14% no leite UHT e um crescimento na manteiga de 7%.

Além disso, o governante frisou que os Açores transformam apenas 23% do total do leite recolhido em UHT, enquanto o continente português transforma 47%, ou seja, sensivelmente o dobro.

“Estes indicadores dão bem nota do quão falsas e injustas são as críticas que uma associação de produtores de Portugal continental fez às indústrias de lacticínios dos Açores, acusando-as de inundar e desregular o mercado continental com leite UHT”, frisou João Ponte.