Espaço Oficinas ‘revisita’ obras do pintor surrealista Marcelino Vespeira
Exposição de pintura
As Oficinas de Formação e Animação Cultural inauguram, esta sexta-feira, 11 de janeiro, pelas 18 horas, a exposição de pintura “Revisitar Vespeira – 1925-2002”.
A exposição, como o nome indica, pretende “revisitar” o longo, diversificado e criativo percurso artístico de Marcelino Vespeira, dando a conhecer as obras das várias fases desta figura incontornável da pintura portuguesa do século XX.
Marcelino Macedo Vespeira nasceu a 9 de Setembro de 1925, no Samouco, Alcochete, numa família de camponeses e pescadores artesanais. Em 1937 vai frequentar a Escola de Artes decorativas António Arroio, em Lisboa, onde seguiu para o Curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes que só frequentou durante um ano, em 1942, passando a dedicar-se à publicidade e às artes gráficas.
Pintor neorrealista, no seu início, Marcelino Vespeira voltou-se depois para o surrealismo, não sem antes passar pelo abstracionismo geométrico e lírico. No final do seu percurso artístico regressou ao surrealismo.
Marcelino Vespeira expôs pela primeira vez, em 1943, com Fernando Azevedo e Júlio Pomar, entre outros. Em 1946, participou na I Exposição Geral de Artes Plásticas. Pintor versátil e criativo, Marcelino Vespeira expôs na I Exposição Geral de Artes Plásticas em 1946, e no ano seguinte na II. Fez parte da Comissão Artística do MUD. Em 1947, participa na fundação do Grupo Surrealista de Lisboa e na exposição de 1949, com Fernando Azevedo, Cesariny, Alexandre O`Neil e outros. Galardoado com diversos prémios, entre os quais o Prémio de Jovem Pintura da Galeria Março e o Prémio Columbano atribuído pela Câmara de Almada, Marcelino Vespeira realizou inúmeras exposições individuais e participou nas maiores exposições de meados do século XX, nomeadamente nas I e II Exposições da Fundação Calouste Gulbenkian, nos I e II Salões de Arte Moderna da SNBA, no Salão dos Artistas de Hoje e na exposição “50 Artistas Independentes”.
Foi um dos onze pintores que decoraram de novo “A Brasileira do Chiado”. Em 1974, trabalhou para a dinamização cultural do MFA, produzindo o seu famoso logótipo e vários cartazes.
Foi, também, um dos fundadores do Movimento Democrático dos Artistas Plásticos e um dos 48 pintores do grande painel coletivo, realizado a 10 de Junho desse ano, em Belém.
Deixou de pintar, em 1989, devido ao seu estado de saúde. No entanto, ainda expôs em vários concelhos do país, culminando, em 2000, em Lisboa, com uma exposição de consagração do Museu do Chiado, que lhe valeu o Prémio Nacional de Artes Plásticas da AICA. A Câmara Municipal do Montijo criou, em 1985, o Prémio Vespeira.
Marcelino Vespeira faleceu a 22 de fevereiro de 2002, deixando uma vasta obra, algumas das quais poderão ser visitadas, em Aljustrel, até ao dia 2 de fevereiro.