João Bento venceu esta edição do Loops Lisboa com a obra “Aquela velha questão do som e da imagem”O Loops.Lisboa, apresentado pelo Festival Temps D’Images Lisboa 2018 e o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC), apresenta na sua quarta edição, que decorre até 3 de fevereiro um conjunto de três obras seleccionadas entre 197 candidaturas, que marcadamente possuem o “manual”, o “mecânico”, o “artesanal”, o “simples” ou mesmo o “sujo” enquanto elos de ligação imagética.”Aquela velha questão do som e da imagem”, de João Bento, brinca com o sync audiovisual, sobrepondo camadas de informação visual diante de um plano fixo, para criar um loop janela de beleza particular, e directamente associado à lógica do pré-cinema.
O mais fascinante do encontro deste conjunto de obras, entretanto, reside na sua capacidade de ultrapassar a dimensão “analógica” representada por canetas, papéis, tintas, manivelas, fotografias e instrumentos musicais. O que as une, sobretudo, são conceitos mais alargados e atemporais como o desejo pela materialidade, a inteligência do contexto e a busca pelo bom senso diante de um caótico zeitgeist.Os três trabalhos seleccionados afirmam, de forma muito vincada, a essência filosófica por trás do loop: todas as coisas pertencem a ciclos – sejam eles de beleza, fruição, tributo, crise ou ignorância. Life is a loop. E a Arte possui o dom essencial de demonstrar isso.
Júri de Premiação: Emília Tavares (presidente), Isabel Nogueira e Sandra Lischi
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