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Secretário Regional da Saúde recebeu estudo sobre comportamentos aditivos e dependências nos Açores

O Secretário Regional da Saúde recebeu hoje o Estudo com a Análise Descritiva dos Consumos de Substâncias Psicoativas na Região, realizado por um grupo de investigadores da Universidade dos Açores.

 

“Este documento traduz o diagnóstico dos comportamentos aditivos e servirá de base, numa segunda etapa, durante o mês de fevereiro, aos modelos explicativos sobre as causas e as medidas preventivas e corretivas a adotar”, adiantou Rui Luís, acrescentando que o estudo partiu de uma amostra inicial de 1.500 alunos.

 

“Por nossa decisão e para se obter o máximo de exatidão nos resultados, decidiu-se alargar os inquéritos a todos os alunos do 7.º ao 12.º ano, ou seja, a 12.600 alunos, o que levou a um processo mais moroso”, referiu o titular da pasta da Saúde.

 

Rui Luís afirmou que agora segue-se o momento de analisar a informação proveniente do estudo para reforçar as medidas em curso e definir prioridades de atuação nesta área.

 

No dia em que o SICAD – Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências também apresentou o relatório anual com os dados nacionais relativos à situação do país em matéria de drogas e toxicodependências e álcool para o ano de 2017, o Secretário Regional salientou que os jovens açorianos estão gradualmente a assimilar competências ao nível da prevenção da saúde e dos comportamentos de risco.

 

“Há progressos assinaláveis na redução do consumo de substâncias nos jovens açorianos com 18 anos, que constam do mais recente inquérito realizado a 2.531 jovens, no Dia da Defesa Nacional, relativo a 2017″, afirmou, alertando, no entanto, que “é necessário continuarmos a estar atentos e interventivos no seu acompanhamento”.

 

Rui Luís, que falava, em Ponta Delgada, à margem das visitas que realizou às associações Alternativa e Solidaried’arte, sublinhou que, no inquérito aos jovens, os Açores são a região que apresenta a menor prevalência de consumo de álcool ao longo da vida (86%) e nos últimos 12 meses (80,3%).

 

Neste parâmetro foi também registada uma descida percentual tanto na embriaguez como no ‘binge drinking’ (consumo de quatro a seis bebidas numa só ocasião), colocando os Açores como a segunda região do país com menor percentagem de consumo nocivo.

 

Comparando as respostas dadas pelos jovens em 2016 e em 2017, verifica-se também uma descida na prevalência do consumo de todas as substâncias psicoativas e de todas as substâncias ilícitas nos últimos 12 meses.

 

“Por exemplo, no consumo de tabaco, nos últimos 30 dias, foi registada uma redução de 46,3% para 41,9% (4,4pp), e nas substâncias ilícitas de 19,8% para 14,4% (4,1pp). Descolámos do topo da tabela em relação a algumas substâncias e é certo que, no global, há uma tendência de decréscimo dos valores”, reforçou Rui Luís.

  

Relativamente ao consumo de substâncias ilícitas, os Açores mantêm a maior prevalência no consumo de anfetaminas e alucinogénios, no entanto apresentaram um decréscimo nas anfetaminas de 5,9% para 3,5% (2,4pp) e na cannabis de 19,3% para 13,3% (6pp), sendo, em 2017, a segunda região com menor prevalência do consumo de cannabis nos últimos 30 dias.

 

“São indicadores animadores, porque sabemos que é na infância e juventude que se estabelecem hábitos que vão perdurar ao longo de toda a vida, e isso só confirma a convicção de que é nestas idades que devemos centrar esforços na intervenção”, afirmou.

 

O Secretário Regional considerou que a mudança de estilos de vida é gradual e pode levar anos, atendendo que se trata de alteração de comportamentos geracionais.

 

“Ainda há muito trabalho a fazer para alcançarmos as metas desejadas, mas os resultados demonstram que estamos a seguir um rumo certo e consistente”, frisou, recordando programas e politicas públicas do Governo que estão em curso, como o Plano de Ação de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, o Fórum do Álcool, o Plano de Ação de Combate ao Tabagismo.

 

O estudo sobre comportamentos aditivos e dependências servirá de base à elaboração do Plano de Ação Regional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências. 

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