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Setor leiteiro na ilha Terceira deve encarar o futuro com otimismo e confiança, afirma João Ponte

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou, na ilha Terceira, que o setor leiteiro deve encarar o futuro com otimismo e confiança, salientando que, apesar dos múltiplos desafios, o percurso feito até agora foi de desenvolvimento, reforço estrutural e criação de riqueza.

 

“No caso particular da ilha Terceira, estes desafios são acrescidos com a limitação da produção e com o preço pago ao produtor, ambos com impacto direto e negativo no rendimento dos produtores. Mas, apesar destas dificuldades, é inegável a importância e o contributo que a produção de leite dá para a economia desta ilha”, frisou João Ponte, que falava quarta-feira na apresentação do Livro do Contraste Leiteiro 2017, um evento organizado pela Associação Agrícola da Ilha Terceira.

 

O titular da pasta da Agricultura destacou como indicadores positivos, sinónimo de dinamismo e confiança de um setor que consegue atrair jovens, a estabilidade no número de produtores de leite na Terceira, a grande adesão ao PRORURAL+ para modernizar as explorações, o que permitiu a aprovação de 124 projetos, com um investimento de 15 milhões de euros, e ainda a primeira instalação de 30 jovens agricultores na produção de leite, com um apoio público de um milhão de euros.

 

“Para garantirmos a sustentabilidade do setor leiteiro nesta ilha parece-me inevitável que a indústria olhe para os seus produtores com outra sensibilidade”, afirmou João Ponte, acrescentando que o preço pago à produção, os limites à produção e o agravamento de outro fatores podem  ameaçar a sustentabilidade de muitas explorações de produção de leite na ilha Terceira, pelo que a indústria tem entre mãos um grande desafio que é o de valorizar melhor o leite que recebe, inovar e conquistar novos mercados para poder pagar melhor aos produtores.

 

João Ponte frisou que o lançamento do leite biológico na Terceira, em 2019, e em São Miguel, em 2020, contribuirá seguramente para aumentar a notoriedade dos produtos lácteos açorianos e alavancar uma maior valorização.

 

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas, que apelou à serenidade e confiança do setor, referiu que o plano de reestruturação da produção de leite que está a ser planeado com a Federação Agrícola dos Açores prevê um conjunto de medidas que ajudarão a ultrapassar a conjuntura adversa, em resultado da posição assumida pelas indústrias de lacticínios nas ilhas de São Miguel, Terceira e Graciosa de limitar a transformação de leite.

 

“Devemos encarar este momento com a serenidade e confiança que se impõe e como apenas mais uma das muitas reestruturações que a produção de leite passou ao longo dos anos. Reestruturações essas que nos permitem estar hoje aqui, precisamente a falar do setor mais importante da atividade económica da Região”, salientou.

 

O governante referiu como exemplo destas medidas a proposta do Governo para a cessação de atividade agrícola mais atrativa, que favoreça o rejuvenescimento do setor, o redimensionamento, o emparcelamento e uma saída condigna dos produtores mais idosos.

 

O Governo do Açores está também a trabalhar num novo programa de apoio à modernização da agricultura e florestas, o PROAMAF+, que cofinanciará projetos de investimento até 10 mil euros, e na implementação do programa Jovem Agricultor, que facilitará o acesso da juventude ao setor agrícola.

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