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Alguns Cortes: Censura

Neste “Abril em Lisboa” abrem-se simbolicamente as portas de uma sala de projeção privada do antigo edifício da Rank Filmes, contíguo ao Cinema São Jorge, onde alegadamente vários filmes terão sido visionados pela Comissão de Censura aos Espetáculos (que a partir de 1957, por altura do aparecimento da televisão, se passou a denominar por Comissão de Exame e Classificação dos Espetáculos).

Durante três dias, será projetado na sala recentemente recuperada – que, tal como o Cinema São Jorge, foi construída no final dos anos 40 do século passado, em pleno Estado Novo, e mantém ainda as cadeiras originais – um filme que resulta precisamente desta atividade:Alguns Cortes: Censura, obra encomendada pela Cinemateca Portuguesa ao realizador Manuel Mozos, a propósito da comemoração do 25.º aniversário da Revolução dos Cravos em Portugal.

Os 75 minutos do filme incluem cortes feitos pela censura a cerca de 50 fitas produzidas entre 1950 e 1972, que tiveram distribuição comercial em Portugal e foram conservadas pela Cinemateca.

Encontram-se aqui excertos de filmes de Renoir, Antonioni, Rossellini, Guitry ou até mesmo da Disney, que através da montagem de Mozos ganham coerência, construindo uma nova narrativa. Os excertos cortados surgem misturados, sem referenciar os filmes originais, não tendo lugar qualquer distinção entre clássicos que ficaram para a história do cinema e fitas que não sobreviveram ao julgamento do tempo. Ao misturar filmes consagrados com outros desconhecidos, Mozos mostra que a censura era um sistema totalitário capaz tanto de mutilar obras-primas como filmes esquecidos e considerados medíocres pela crítica.

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