No altar, em suspensão, múltiplos fios desenham memórias por cima do nosso olhar. Sobrepostas como marcas de água, as linhas dão forma a uma espécie de lastro do tempo que resiste a desaparecer. Carla Rebelo entrelaça estes desenhos têxteis criando uma escultura irregular, erguida a partir da forma incompleta da ruína ou dos fragmentos de um outro sítio.
A pedra, o pó, o osso, a luz são os fios com que a artista tece um palimpsesto de apontamentos históricos e de estórias comuns, e assim, numa tessitura quase etérea, a instalação evoca a forma de um cofre (outrora sob o altar), de uma planta ou dos desenhos do mapa para uma cidade diluída pela água. Sob a claridade da arquitetura barroca a artista dá a ver a transitoriedade deste lugar.
Qua a sáb: 10h-18h.
Local: Museu do Dinheiro.