“Exodus” pode significar a saída de um povo ou de multidão de um país ou de uma região (ex.: êxodo rural), um tema tão familiar no território em que nos encontramos, mas Êxodo é também o livro sagrado que conta a saída dos judeus para fora da sua Israel Natal. Castelo Rodrigo tem o seu espaço (fisco e lendário) marcado pela presença de judeus que chegaram e outros que partiram. Exemplos são Zacuto e sua filha Ofa cuja sua vinda para terras de Castelo Rodrigo e a sua presença dão origem à Lenda da Marofa. Mas no sentido contrario, a história diz-nos que Ephraim Bueno, de nome cristão Martim Alvares, que por ser judeu teve de sair da sua terra natal para estudar e se instalar primeiro em Bordéus (onde se tornou reputado médico) e depois na Flandres, onde foi médico da Corte e grande mecenas de Rembrandt (único português retratado pelo grande pintor).
Partindo destas idas e vindas de povos (em especial dos judeus), da herança patrimonial e cultural de quem chega e quem parte, das influências, dos mitos, lendas e factos históricos, pretende-se construir um programa artístico-cultural agora adaptado ao contexto digital preconizado.