A arte, dado o seu valor intrínseco, conquistou um lugar muito especial ao longo do tempo no seio das várias sociedades. Em razão dessa especificidade, as obras de arte foram sempre colocadas em locais de profunda carga simbólica (cavernas, templos, palácios), sendo que hoje tendem a permanecer em grandes museus, espaços que se assemelham, por vezes, a majestosas catedrais, com rituais próprios, etc. Porém, e independentemente das suas práticas e linguagens próprias, a arte nunca deixou de refletir as ideias políticas, sociais, filosóficas e religiosas vigentes em cada época. Assim, mesmo que alguns movimentos modernos procurassem autonomizar a arte face a essas esferas de influência (impressionismo, em parte, o abstracionismo, o construtivismo, e mais tarde o denominado Minimal, entre outros), o facto é que as obras de arte e os objetos estéticos convocam sempre o nosso olhar ora mais inquiridor ora mais contemplativo.
O curso procura fazer o enquadramento de alguns temas e problemáticas no território das práticas artísticas de modo a que, perante uma obra de arte, consigamos melhor com ela “dialogar” ao nível da luz, das relações simbólicas, espaço, composição, cromatismo, etc., enquadrando-a no tempo e no espírito que lhe pertencem. As sessões são preenchidas com a análise formal e teórica de obras que possam caracterizar o período e as temáticas abordadas de forma atrativa e rigorosa alguns protagonistas e momentos que marcaram o percurso de Portugal, com o objectivo de fornecer pistas e enquadramentos que possibilitem a reflexão sobre os factos, e o sempre desejável debate de ideias.
Pontos de Interesse