Os museus não são lugares neutros. Pelo contrário, procuram dar respostas a questões fundamentais para a sociedade. O Género enquanto dimensão identificadora dos indivíduos inclui-se nessas questões. O Género é uma construção sociocultural da identidade imposta pelas normas sociais com o objetivo de transformar as pessoas em mulheres ou homens e que tem consequências reais nas suas vidas, nomeadamente no acesso à riqueza, ao prestígio e ao poder.
Mas a construção destes papéis sociais é simultaneamente uma escolha pessoal que resulta num amplo leque fluido e plural de identidades de género, como a heterossexualidade, o lesbianismo, a homossexualidade, a transsexualidade, a intersexualidade, a bissexualidade, o transgenderismo, entre outras, tornando-se um ato de liberdade, diversidade e expressão individual. O Género não é algo que as pessoas possuam, mas sim algo que se vai construindo a cada minuto, de forma contínua em todas as situações do quotidiano, em permanente interação com os outros, na forma como os indivíduos pensam, comunicam e atuam.
O corpo, a sexualidade, a identidade e resistência são as dimensões presentes na construção diária do Género que conduzem esta exposição. Procurando desfazer estereótipos relativamente à compreensão do Género, a exposição traz para o espaço museológico a reflexão e o debate sobre a dimensão de Género, a partir de um conjunto de obras de arte dos artistas portugueses Alice Geirinhas, Ana Pérez-Quiroga, Ana Vidigal, Carla Cruz, Cláudia Varejão, Gabriel Abrantes, Horácio Frutuoso, João Gabriel, João Galrão, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Maria Lusitano, Miguel Bonneville, Thomas Mendonça e Vasco Araújo.
Local: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado – Rua Capelo.