Esta exposição é organizada a partir de uma data âncora – 1956, ano da criação da Fundação Gulbenkian –, e vai proporcionar um olhar retrospetivo de 60 anos, que nos conduz até 1896, e um trajeto que nos transporta até hoje. Entre uma e outra data, a exposição propõe um encontro das coleções da Fundação Gulbenkian: a Coleção do Fundador, adquirida por Calouste Sarkis Gulbenkian até 1955, e a Coleção Moderna, constituída após a sua morte e formada por obras do século XX até aos nossos dias.
Assente nestes pressupostos, a exposição avança e recua de modo a estabelecer uma linha de tempo (1896-2016) onde as pontes, os encontros, as datas e as circunstâncias artísticas e históricas das coleções se vão manifestando. Neste arco temporal, as ligações entre as duas coleções conduzem a descobertas surpreendentes, revelando associações inéditas que se vão sucedendo nos vários núcleos temáticos que compõem a exposição. É grande o valor simbólico do ano de 1896 pois é precisamente nessa data que se dá a primeira aquisição documentada de Calouste Gulbenkian: um conjunto de moedas gregas, o primeiro passo de uma coleção que foi crescendo em várias direções, tendo como critério a excelência – only the best, nas palavras do fundador.
Neste contexto, foram selecionadas cerca de 150 obras das duas coleções, muitas delas nunca mostradas publicamente, e outras arrancadas ao seu espaço habitual nas galerias. Juntas, contam pequenas histórias, algumas improváveis, sobre duas coleções, postas, não em sossego, mas num fecundo diálogo. A exposição irá também propor um olhar diferente sobre o modo como normalmente as coleções são encaradas, realçando, por um lado, a modernidade do fundador e, por outro, a natureza histórica da coleção moderna.
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