Joaquim Sapinho, Candles (Esmola), 2016. Vista da exposição Liquid Skin – Apichatpong Weerasethakul, Joaquim Sapinho, MAAT, 2016. Fotografia: Bruno Lopes
No século XXI, a relação entre artes plásticas e cinema é um tópico crucial dos debates culturais. Artistas que fazem filmes, cineastas que fazem exposições, filmes que são instalações, imagens que são esculturas. Criadores oriundos, por formação ou carreira, da área do cinema ou das artes plásticas trabalham, ao mesmo tempo, objetos e imagens, fixas ou em movimento, testando os limites mais avançados da imaginação e da liberdade — ou seja, da arte. Os filmes de Apichatpong Weerasethakul — como Blissfully Yours, O Tio Boonmee, que se Lembra das Suas Vidas Anteriores (Palma de Ouro 2010, Cannes) ou Cemitério do esplendor — e de Joaquim Sapinho — Corte de Cabelo, Mulher Polícia ou Deste Lado da Ressurreição — produziram momentos únicos que ajudaram a redesenhar a paisagem visual de hoje.
O ponto de partida de Liquid Skin é o próprio espaço da Sala das Caldeiras, marcado por uma relação excecional entre interior e exterior, já que o museu é inseparável da visão exterior do rio e da luz de Lisboa. O desafio de juntar os dois autores é concretizado sob o signo da luz, porque é ela que desenha o espaço e que permite a existência de imagens, incluindo as das coisas que não se podem ver. Tal como a água ou o fogo, a luz dilui as fronteiras da superfície dos corpos permitindo todas as suas metamorfoses: o ciclo eterno da renovação.
Apichatpong Weerasethakul, Fireworks (Fans), 2016. Vista da exposição Liquid Skin – Apichatpong Weerasethakul, Joaquim Sapinho, MAAT, 2016. Fotografia: Bruno Lopes
Aviso: A obra Fireworks (Fans) de Apichatpong Weerasethakul é exibida apenas após o pôr do sol.