De uma leitura e tradução rigorosas emerge uma nova visão da conturbada relação de Hamlet com a mãe e com Ofélia, atravessada não pelas estrelas mas sim por relações de poder e rígidas convenções de honra. Ofélia, sobretudo, deixa de ser uma mera vítima passiva e ganha contornos de verdadeira figura trágica. Numa sociedade em que mais importa o parecer do que o ser-se, num estado em estado podre, claustrofóbico, com câmaras de vigilância omnipresentes, Ofélia ama verdadeiramente e tenta fintar a situação de não lhe permitirem escolhas.
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