E agora, algo radicalmente diferente – proclamariam os Monty Python. Depois de criar o inclassificável protagonista da peça A matança de Gorge Mastromas – encenada por Tiago Guedes na primavera passada -, Bruno Nogueira regressa ao palco da Sala Garrett com “Depois do medo”. Na verdade, é um duplo regresso, porque o encontramos de novo sozinho em cena, a fazer stand-up, formato de que andava arredado há uma década – e as saudades eram tantas que está há um ano em digressão. Escreve o próprio ao que vem, na terceira pessoa do singular: “Neste seu novo espetáculo, Bruno Nogueira aborda questões que só incomodam pessoas que têm demasiado tempo livre. Entre os temas interessantíssimos poderão encontrar a intrigante problemática das pessoas que, sem terem nada na boca, mastigam quando estão a olhar para alguém a comer. Um encantador processo mental. Como podem ver, o mundo, tal como o conhecem, vai ficar exatamente igual. Mas o Bruno, tal como o conhecem, vai ficar muito mais aliviado de ter semeado os problemas dele na vossa cabeça.” Do drama à comédia (trágica, às vezes), o D. Maria II é o lugar certo para todas as declinações do talento deste artista.
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