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vera carmo

Desde muito cedo tentei pintar a música enquanto a escutava. Procurei sempre achar o seu equivalente através da cor. Na pintura são as cores que explicam e criam a realidade. Para começar este trabalho, foi portanto natural mergulhar na teoria da cor, para procurar entender a forma como se relacionam, a sua qualificação em cada contexto específico e o impacto que têm no observador. Independentemente da sua relevância o estudo científico da cor é limitado dado que explora com pouca profundidade os vários tons e as suas relações particulares. Os contextos também podem ser tão específicos que a teoria deixa de se aplicar, por exemplo: uma cor que de acordo com a teoria é fria quando se encontra junto de outra já pode parecer quente. Foi por isso que escolhi embrenhar-me num “estudo” empírico e subjectivo da cor, como a sinto e a vejo. Para essa investigação a vibração e a luz do óleo pareceram-me essenciais.

O círculo é o todo, revela tudo o que é. As imagens com este formato dão-nos a ideia de que podemos continuar até ao infinito a ver novos tons, novas relações entre cores mas com o mesmo “grau de luz”, assim como nos mostram um “centro” que é a origem de toda a cor e de toda a luz. É como se o centro, o ponto de origem de tudo, estivesse constantemente a emanar diferentes vibrações, ondas, cores e suas tonalidades. Como se cada pintura, representasse um instante de um acontecimento: todos representam o mesmo, mas em tempos distintos e é daí que nasce a dinâmica do painel. No trabalho vê-se como certas cores parecem raios de luz que iluminam tudo o resto, quase imateriais, enquanto outras a fecham e se tornam mais terrestres. A cor abre-se numa paleta que cria dimensões em si, umas mais concretas outras mais celestiais. A dinâmica que se cria quando se “joga” com ambas une o que está em cima ao que está em baixo.

À medida que esta sequência de pinturas foi crescendo começaram a aparecer mais feixes de uma só tonalidade… Começou a acontecer um movimento criado pelo facto da luz ir encontrando aberturas através do painel. Embora o círculo tenha começado a perder a sua definição, o centro, pelo contrário, manteve-se sempre como defenidor da imagem.

Os trabalhos a pastel de óleo, sairam do “círculo perfeito” e isso permitiu-me abrir a outras possibilidades. Embora tenha aberto horizontes novos a forma geométrica ficou mais rígida, mais estática…

Local: Mute Art Project. 

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