O 25 de Abril é, este ano, diferente.Este ano, celebramos Abril na presença de uma doença imprevista, imprevisível e que, por condicionar fortemente a nossa vida, limita a nossa liberdade.No nosso quotidiano está, portanto, instalada uma certa dicotomia entre o sentimento de liberdade e a necessidade de segurança.Em Portugal – e também em Amarante – cedo se percebeu o que está em causa e a urgência na ação. Globalmente, mostrámos ser uma comunidade responsável e solidária. E mostramos ao mundo que, no momento em que somos chamados a defender a saúde e a vida de todos, colocamos em segundo plano os nossos desejos individuais.Não é por acaso que somos um dos países mais antigos do mundo – como se revelou agora, na coesão e na nossa responsabilidade social, na forma serena como acatamos as decisões e até na antecipação de muitas medidas preventivas.A capacidade de mobilização dos portugueses, o espírito de inovação e a criatividade, fazem parte do nosso ADN. Renovámo-nos como povo e como comunidade, a cada dificuldade!“We will rise” dizem, confiantes, os Amarantinos. E multiplicam-se, na comunidade, as atitudes solidárias que nos orgulham e nos fortalecem.Isto é, também, celebrar Abril!Assim como é “celebrar Abril” quando afinamos a nossa capacidade crítica e o nosso julgamento informado, assegurado por fontes credíveis, não deixando que medos irracionais se instalem e que a ignorância e as notícias falsas vençam.É “celebrar Abril” quando somos capazes de acarinhar os profissionais no terreno, sejam da área da informação, da saúde, da prevenção, da ordem e da segurança, da higiene e limpeza, da logística, da manutenção, da agricultura e da alimentação. Estes são os heróis deste tempo, aqueles cuja resistência nos deve inspirar e aqueles a quem devemos gratidão e reconhecimento.O dia 25 de Abril de 1974 consagrou os Capitães de Abril enquanto símbolos de uma geração de homens e mulheres que resistiram à ditadura, dos combatentes do Ultramar, dos presos, dos perseguidos e dos exilados. Esses foram os heróis da nossa liberdade e os construtores da nossa democracia, a quem devemos honras e vivas, para que não mais sejam esquecidos.Por tudo isto, hoje, ainda que de forma “confinada”, Abril deve ser celebrado em dobro.A confiança na nossa ação e a certeza de que este momento será passageiro, devem dar-nos alento para sair “disto” tão fortes quanto possível.Viva o 25 de Abril!
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