Há dois novos murais de arte urbana, por Mr. Dheo e Hazul, nos bairros de Francos e do Carvalhido. As intervenções decorreram por iniciativa autárquica, que pretende alargá-la a outros núcleos habitacionais da cidade.
Quem entra na cidade de metro, vindo do Norte, depara ao aproximar-se o Bairro de Francos com a monumental pintura de um rapaz e, pelo ar cândido, a crítica à glorificação das redes sociais. É o traço genial e a ironia de Mr. Dheo que cobre a fachada lateral do Bloco 3.
Noutro bairro, o do Carvalhido, reconhece-se o imaginário de Hazul. No Bloco O, o autor instalou poesia na geometria, pintou fluidez em tons suaves. Há uma semana nada disto existia. Futuramente, haverá mais.
Os murais dos dois “street artists” do Porto, iniciados apenas há quatro dias, surgem por iniciativa da empresa municipal Domus Social, que nota ser o Porto uma “metrópole de confluência de diferentes culturas, cada vez mais uma referência no que diz respeito à atividade urbana e cívica”.
Hoje de manhã, o presidente da Câmara, Rui Moreira, e o presidente da Domus Social, Fernando Paulo, puderam apreciar os dois murais e assistir à reação positiva dos habitantes dos bairros.
O trabalho de Mr. Dheo e Hazul agradou, sem dúvida, pelo que se pretende que a arte urbana, chamando mais criadores, venha a habitar outras fachadas, outros bairros.
Procura-se deste modo, “além do enriquecimento artístico do património” edificado, “sensibilizar os cidadãos, de forma pedagógica, para aquela que é a diferença entre arte urbana e simples ruído visual”, como salienta a Domus Social.
Os dois murais tornam-se nas mais recentes obras de um roteiro de arte urbana que vai sendo criado pela cidade e agora coloca também os bairros sociais no mapa de lugares a visitar.