O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje que a estratégia regional para o desenvolvimento da agricultura biológica, e o respetivo plano de ação, decorre de uma opção convicta do Governo dos Açores e está assente num conjunto de razões objetivas.

 

“Desde logo, porque os Açores possuem particulares condições edafoclimáticas, que podem sustentar a exploração de atividades agrícolas muito naturais, porque a agricultura biológica conduz a benefícios ambientais e possibilita um sistema agrícola e alimentar muito mais saudável”, salientou João Ponte, que falava numa sessão de apresentação do documento na ilha Terceira.

 

O governante destacou ainda razões de ordem económica, frisando que o modo de produção biológico constitui uma nova oportunidade de negócio, cujos produtos são muito mais valorizados no mercado.

 

Para João Ponte, o facto de existir nos Açores cada vez mais jovens agricultores com formação, com maior sensibilidade para as questões da sustentabilidade e dispostos a inovar constitui outra forte razão para o Governo Regional ter avançado com o desenvolvimento de uma estratégia para a agricultura em modo de produção biológico.

 

O documento, cuja proposta inicial foi elaborada por um grupo de trabalho coordenado pelo professor universitário David Horta Lopes e acolheu vários contributos recebidos em fase de consulta pública, foi aprovado em Conselho de Governo e está hoje publicado em Jornal Oficial.

 

“Pretende-se com este documento garantir um crescimento sustentável deste modo de produção, através de medidas e ações adequadas às exigências da oferta e da procura atuais, indo assim ao encontro dos objetivos da Política Agrícola Comum”, referiu João Ponte, acrescentando que a estratégia regional está assente na qualificação, na diversificação e constitui uma oportunidade para aumentar a autossuficiência alimentar regional.

 

Salientando que os Açores não partem da estaca zero em matéria de agricultura biológica, João Ponte adiantou que, em breve, surgirá nas prateleiras dos super e hipermercados leite biológico produzido na Região.

 

“Trata-se de uma decisão estratégica acertada das indústrias, que permitirá uma maior notoriedade e valorização do nosso leite e uma oportunidade para captar novos mercados, mais riqueza para os agricultores e indústrias”, frisou João Ponte, acrescentando que, também ao nível da carne, há potencial para explorar.

 

Relativamente aos apoios no âmbito do POSEI, João Ponte garantiu que o Governo Regional pretende continuar a majorar positivamente as ajudas em 2020, ao nível do modo de produção biológico, introduzindo melhorias nos apoios existentes à manutenção da agricultura biológica que devem estar preferencialmente associados à efetiva comercialização de produtos biológicos.

 

“Ter um plano estratégico para a agricultura biológica não é um projeto concluído. É apenas um projeto bem conseguido”, sustentou João Ponte, acrescentando que o sucesso da agricultura biológica nos Açores vai exigir de todos união, determinação e garra, um desafio que seguramente será vencido.