O Secretário Regional da Educação e Cultura defendeu hoje, em Ponta Delgada, que, neste “tempo da globalização”, os Açorianos, em termos de preservação e dinamização da cultura, devem saber “guardar a sua identidade”.
Avelino Meneses, que falava na cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação entre a Direção Regional da Cultura e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), afirmou esperar que a colaboração entre estas duas identidades contribua para esse objetivo, preservando e dinamizando a cultura, “desde os maiores centros até todas as periferias”.
Para o titular da pasta da Cultura, não deixa de ser “significativo” que este ato ocorra em 2018, Ano Europeu do Património Cultural, uma comemoração que “oxalá constitua um autêntico abalo cultural” contra a degradação e o desaparecimento de uma multiplicidade de vestígios do passado que “contribuem para a compreensão do presente e para a projeção do futuro”.
Para Avelino Meneses, são “muitas e graves” as ameaças patrimoniais, como “a corrosão da natureza, a pressão da sociedade e da economia, inclusivamente o impacto da globalização, que acentua a crise de valores”.
Neste contexto, defendeu que “urge” a sensibilização de toda a comunidade, particularmente a mobilização da juventude, através da “inclusão de temas do património cultural no ensino e na investigação, com algum reforço de investimento oficial”.
Avelino Meneses sublinhou, por outro lado, a relevância cultural do protocolo agora assinado, destacando o trabalho a desenvolver ao nível dos projetos museológicos de localidade, que considerou serem “determinantes na caraterização do semblante do território, do caráter das gentes e da história das comunidades”, e que “muito contribuem para a fixação e a valorização da identidade dos provos”.
Igual relevância cultural, segundo o Secretário Regional, tem também “a promoção do livro e da leitura”, que será alavancada com a criação do programa Ler Açores, que se dirige a todos os públicos.
O Secretário Regional da Educação e Cultura manifestou “confiança” na utilidade do instrumento de cooperação agora subscrito com a ANAFRE, já que “a freguesia é a instância por excelência do poder local”, que funciona como “primeiro arauto das aspirações e amparo das necessidades dos povos”.
O protocolo, subscrito pelo Diretor Regional da Cultura, Nuno Ribeiro Lopes, e pelo presidente da ANAFRE nos Açores, Jaime Rita, tem por objeto regular os termos em que se desenvolve a cooperação entre as duas instituições, tendo em vista a concretização de um conjunto de ações para o desenvolvimento, divulgação, promoção e diversificação da oferta cultural nos Açores.