O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou hoje, em Ponta Delgada, que as alterações das matrizes curriculares em apreciação na Assembleia Legislativa são “um convite ao exercício da autonomia”.
Avelino Meneses, que falava aos jornalistas no final de uma audição na Comissão de Assuntos Sociais sobre a proposta legislativa que estabelece os princípios orientadores da organização e da gestão curricular da educação básica para o sistema educativo regional, reconheceu, no entanto, que o exercício da autonomia “nem sempre é fácil”.
“Por vezes, as unidades orgânicas são corajosas na reivindicação, mas depois receosas no exercício da autonomia”, salientou Avelino Meneses, que manifestou o “desejo” de que a aplicação das novas matrizes curriculares traga “mais diálogo” ao sistema educativo regional, porque isso significa “alavancar a convivência democrática”.
A proposta apresentada pelo Governo dos Açores assenta, segundo o Secretário Regional, numa adequação do currículo “às novas tendências pedagógicas” de um ensino mais prático e experimental, em detrimento da memorização e num acompanhamento do currículo nacional, dada a necessária uniformidade com vista à avaliação externa dos resultados a alcançar.
As novas matrizes pretendem também “conservar” referências que são regionais e que contribuem para “a fixação e perpetuação de uma identidade própria”, acrescentou.
O Secretário Regional referiu-se concretamente aos conteúdos de História, Geografia e Cultura dos Açores, que, em vez de serem lecionados, como até agora, no âmbito da Cidadania e apenas no 5.º e no 8.º ano, passam a ser lecionados em todos os anos do 2.º e do 3.º ciclo, na modalidade de disciplinas autónomas ou de ensino transversal, dependendo da opção das escolas.