Em plenas obras de reabilitação do antigo Reservatório de Água da Pasteleira, este equipamento foi hoje anunciado como um dos futuros polos do Museu da Cidade, cuja identidade visual foi também revelada.
A estrutura, semienterrada no Parque da Pasteleira, está a ser alvo de recuperação, com um orçamento de cerca de 700 mil euros, e será depois dotada de peças do acervo do Município, elementos multimédia e novos conteúdos, abrindo ao público em outubro de 2018.
Além de contribuir para dar “nova vida e dignidade” ao Parque da Pasteleira, o Reservatório será um dos focos de interesse museológico espalhados pelo Porto, sob o conceito de Museu da Cidade.
É um autêntico “Museu da Cidade policêntrico que estamos a criar para contar a história do Porto”, apontou o presidente da Câmara, referindo-se aos diversos museus e outros equipamentos que foram incluídos num plano de reabilitação faseado.
Para o presidente, este é também mais um passo na concretização do “princípio da Cultura em Expansão, que vai aos lugares mais improváveis. E este é improvável mas, ao mesmo tempo, muito óbvio”, tendo em conta o “valor patrimonial incrível da estrutura”, para onde chegaram a ser manifestados interesses do domínio desportivo há cerca de quatro anos.
A nova estratégia urbana implementada no município durante o atual mandato conjugou-se, assim, com as prioridades de ação definidas pela administração da Águas do Porto, E. M..
Entre elas, o seu presidente, Frederico Fernandes, destacou a criação de valor, a sustentabilidade e a ativação do património da empresa, na sequência de um estudo realizado em 2014 e ao encontro do qual vem esta reabilitação do Reservatório da Pasteleira.
A construção está a ser intervencionada pelos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez que, desde logo, decidiram “evidenciar a rudeza dos materiais que a caracterizam”, privilegiar a criação de um espaço verde para lazer na sua cobertura e “potenciar toda a qualidade deste espaço complexo, abrindo-o ao parque”, tornando possível a sua fruição pública.
Assumiram também como prioritárias as orientações da Águas do Porto que quer ver o seu património ao serviço de fins pedagógicos e do acentuar do valor estratégico da água, permitindo a sua inclusão nas ofertas culturais, de lazer e turísticas da cidade.
Investir no potencial de atração de visitantes
Mas o antigo reservatório de água será apenas “um dos polos dinamizadores de cultura com potencial de atração de visitantes” que o Museu da Cidade constituirá, conforme explicou Alexandra Lima, da Divisão Municipal de Museus e Património Cultural.
Esse conceito assenta na valorização do património cultural da cidade, de uma forma sistematizada, que contempla a modernização e dinamização de museus municipais pertencentes à Rede Portuguesa de Museus e outros equipamentos culturais de elevado interesse cultural e turístico.
Tem também subjacente um projeto com vista a financiamento através do programa Norte 2020, no âmbito do qual se enquadram a Casa-Museu Guerra Junqueiro, reaberta ao público em março último após trabalhos de requalificação orçados em cerca de 196.000 euros; a requalificação da Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio (169.600 euros) e do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha (356.160 euros); e o Centro de interpretação dos Caminhos do Romântico, a sediar na Casa Tait (cerca de 500.000 euros).
Paralelamente, há a ter em conta a capacitação tecnológica e identidade gráfica dos museus, no valor de 119.000 euros.
Assim, o valor total da candidatura ao Norte 2020 para o Museu da Cidade ascende a 1.588.188,10 euros, sendo a comparticipação financeira da Câmara do Porto de 238.228,21 euros.
Outra das novidades programadas é a transferência do Museu do Vinho do Porto para os edifícios da Rua da Reboleira, nomeadamente onde funcionou o Centro Regional de Artes Tradicionais, para o que estão previstos investimentos globais de 901.301,38 euros nos domínios da requalificação dos espaços, reabilitação, restauro, recuperação e conservação, bem como aspetos relacionados com a museografia, equipamento e material promocional.