Na prática, os proprietários de Gondomar – que foram notificados, como impõe a lei, e “todos contactados pessoalmente” – limparam cerca de 160 hectares da área florestal, faltando apenas “pequenos focos” que corresponderão a 15 proprietários privados.
Nesta operação todo o território foi “batido porta-a-porta” e Marco Martins confessou ter ficado “surpreendido pela positiva” com a adesão dos proprietários: “Antigamente as famílias juntavam-se para um piquenique de domingo, agora juntaram-se para limpar as matas”. A par das limpezas de terrenos que os proprietários efetuaram, no sentido de cumprir o regime de exceção para 2018 aprovado pelo Orçamento do Estado, o qual prevê multas entre os 600 e os 5.000 euros em caso de incumprimento, em Gondomar também foram limpas zonas urbanas, num total de mais de 900 notificações “com sucesso” feitas a privados.
Marco Martins acrescentou que “Gondomar está preparado para a época de incêndios”, mas esse facto não afasta a possibilidade de poderem repetir-se cenários de anos anteriores. Em 2016 arderam em Gondomar 1.500 hectares, com incidência em S. Pedro da Cova, Foz do Sousa e Melres, num ano em que a Câmara denunciou ter encontrado engenhos de pirotecnia no terreno. Já em 2017, ardeu uma área de 713 hectares, sendo que os principais incêndios foram oriundos de outros concelhos como Valongo e Arouca, tendo sido propagados devido ao vento.
Ontem, a Autarquia começou a fazer as limpezas coercivas (que resulta em multa para os privados que não limparam voluntariamente) e, dentro de 15 dias, todo o Concelho estará limpo. “A mensagem, a divulgação e a sensibilização valeram a pena”, afirmou Marco Martins.