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“As pessoas tolerantes foram esmagadas pelos discursos populistas”

“O medo pode ser o melhor dos contributos para a renovação das democracias”, afirmou Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais, na sessão sobre “O Medo do Futuro”, que teve lugar esta sexta-feira, 11 de Outubro, no FOLIO – Festival Literário de Óbidos.

Para o também comentador televisivo, estamos numa época em que toda a gente faz debate político com base em desinformação e teorias da conspiração. Isso acontece inclusive com líderes políticos, como é o caso de Donald Trump, o que torna a análise política atual ainda mais difícil.

Numa mesa moderada por Pedro Mexia, participou ainda o filósofo brasileiro Francisco Bosco, que fez uma explicação sobre a história política recente do Brasil. Na sua opinião, o que está acontecer é resultado de uma revolta dos setores não liberais que, ao longo das últimas décadas, sofreram a agenda mundial de elites liberais progressistas. “Sentiram-se atropelados por uma agenda que não lhes diz respeito”, afirmou.

A crise económica mundial de 2008, cujos efeitos se fizeram sentir nos anos seguintes, levaram a que essa “maioria silenciosa” se fizesse ouvir. A eleição de Trump e Bolsonaro, ou o Brexit, são uma resposta (que considera errada) a essa revolta.

Tudo isso se tornou uma grande dimensão devido à democracia digital que as redes sociais trouxeram. Numa primeira fase, as redes sociais contribuíram positivamente para o envolvimento das pessoas, o que levou, por exemplo, à eleição de Obama. Depois dessa democratização digital estar mais consolidada, e devido à falta de consciência política de uma grande maioria, houve uma maior adesão a líderes populistas.

É por isso que Bernardo Pires de Lima defende que deve existir mais humildade por parte dos intelectuais e que estes precisam de dar a cara “defendendo o que é bom”. É que, entende, “as pessoas tolerantes foram esmagadas pelos discursos populistas”.

Há ainda outro fator importante: “a corrupção tem corroído a Democracia em todo o Mundo”, considera o especialista, que, no entanto, disse ser muito otimista em relação ao que irá acontecer no futuro.

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