O Secretário Regional da Educação e Cultura defendeu, em Angra do Heroísmo, a continuidade do estudo e da caraterização da Açorianidade, salientando que, apesar de vivermos na era da globalização, “a descoberta de uma identidade é algo de extremamente relevante no tempo que passa”.
“Algo com relevância intelectual e material”, afirmou Avelino Meneses, que falava sexta-feira na sessão de apresentação do volume ‘A Ilha em Nós’, da revista Povos e Cultura, organizada e editada pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa.
A revista reúne cerca de meia centena de contributos em redor da caraterização da problemática da Açorianidade que, a partir dos anos 30 do século XX, Vitorino Nemésio trata de forma particular.
Para o Secretário Regional, a Açorianidade “é, nem mais nem menos, do que a identidade açoriana, que se carateriza por uma vivência de mais de meio milénio num ambiente diverso do continental e que efetivamente gerou especificidades que ainda hoje são nítidas”.
“Há quem diga, se calhar com razão, que essas especificidades eram mais nítidas no passado, porque estávamos eventualmente mais isolados. Hoje, a globalização impõe uma certa uniformidade artificial”, frisou.
Mesmo assim, acrescentou Avelino Meneses, “é bem possível destacar marcas de uma identidade própria dos Açorianos e que Vitorino Nemésio, com alguma felicidade, considerou ser a Açorianidade”.
Coordenado por Artur Teodoro de Matos, ‘A Ilha em Nós’, volume 21 daquela revista da Universidade Católica Portuguesa, com uma tiragem de 300 exemplares, sucede a outra publicação com o título ‘A Condição de Ilhéu’, que reuniu, entre outros, estudos e depoimentos sobre este tema respeitantes aos arquipélagos dos Açores, Madeira, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.