Jornalistas e influenciadores digitais, portugueses, brasileiros e dinamarqueses deslocaram-se ao Baixo Tâmega entre os dias 31 de maio e 1 de junho para visitar a Serra da Aboboreira e território envolvente.
A iniciativa decorreu no âmbito de um projeto de promoção à Serra da Aboboreira, por parte da Associação de Municípios do Baixo Tâmega, entidade organizadora deste encontro. Ao longo de três dias tiveram oportunidade de conhecer algumas das principais referências culturais, vinícolas e gastronómicas da região.
Os concelhos de Amarante, Marco de Canaveses e Baião localizam-se no território do Baixo Tâmega, nas proximidades da confluência do rio Tâmega com o rio Douro e incluem a serra da Aboboreira e do Castelo como continuidade da Serra do Marão e Alvão. Esta localização contribui para as condições naturais influenciadas pelos alinhamentos montanhosos que constituem a barreira de condensação do Noroeste Português, a Sul e Norte do rio Douro. A posição geográfica, a geologia, o relevo e a própria paisagem contribuem para as características deste espaço de transição entre a amenidade do Entre Douro e Minho, o carácter mediterrânico do Douro Vinhateiro com o rigor dos espaços interiores que apresentam continuidade com o Vale do Douro e as áreas de maior altitude.
A diversidade das condições naturais e a riqueza em recursos naturais favoreceu uma ocupação humana milenar desde a pré-história, e segundo diferentes padrões, até à atualidade. Região ainda fortemente marcada pela ruralidade, o Baixo Tâmega reúne áreas e paisagens muito diversificadas que se distribuem desde as margens do Douro e do Tâmega até às zonas montanhosas das Serras da Aboboreira, Castelo e do Marão, espaços que o homem foi sucessivamente ocupando e transformando, de forma também diferenciada, ao longo de milhares de anos. Como resultado deste processo histórico constituiu-se uma vasta herança cultural que se manifesta nas atuais formas de povoamento, ocupação e organização do território e se materializa também num importante legado de natureza arqueológica e arquitetónica que deverá ser entendido, simultaneamente, como fator identitário e como recurso com enorme potencial nas estratégias de promoção e valorização deste território.
Logo no primeiro dia, a receção de boas-vindas ao grupo foi feita no Hotel Monverde em Amarante, onde se realizou uma prova de vinhos da Quinta da Lixa, guiada pelo enólogo Carlos Teixeira. E como para cada bom vinho verde há sempre um bom prato, esperava-os ao jantar no Restaurante Zé da Calçada – localizado no centro histórico de Amarante – o famoso bacalhau da casa. Entre a decoração rústica e o ambiente acolhedor, tiveram oportunidade de vislumbrar a cidade, pela varanda sobre o rio Tâmega.
No segundo dia, após uma noite tranquila entre a beleza e o silêncio das vinhas do Monverde, o grupo regressou às ruas e ruelas da emblemática e romântica cidade de Amarante, onde se respira história e património. Sob a orientação da Inside Experiences, uma empresa de turismo local, iniciaram o roteiro no museu municipal de Amarante que tem o nome do pintor Amadeo de Souza-Cardoso, o cartão de visita de uma Amarante Cultural. Conhecido por um génio não compreendido no seu tempo, hoje em dia é conhecido como “O Último Segredo da Arte Moderna” em Portugal. Mesmo ao lado, visitaram o monumental convento de S. Gonçalo banhado pelo bucólico rio Tâmega. E para terminar da forma mais doce, conheceram e degustaram os doces mais antigos da cidade, na Confeitaria da Ponte, cuja origem remonta ao tempo das clarissas, que habitavam no Convento de Santa Clara desde o século XIII (Papo de Anjo, São Gonçalo, Brisa do Tâmega, Léria e Foguete).
O destino que se seguiu foi o Restaurante de Tormes, em Baião, onde descobriram entre as Serras e o olhar atento do rio Douro, um manjar que se fez acompanhar de recordações do célebre escritor Eça de Queiroz. Á mesa esperava-os o Chef António Queiróz Pinto (finalista da competição nacional Chef Cozinheiro do Ano 2019) com o mítico arroz de favas com frango alourado – um prato imortalizado na obra A Cidade e as Serras. Brindaram esta viagem ao passado com vinhos da Quinta de Covela, uma empresa parceira da Fundação Eça de Queiróz desde 2017. O gosto é revelador da região, ao presentear com castas brancas, o avesso e o arinto. E como Baião também é terra de cultura, a Capela do Senhor do Bom Despacho, em Ancêde, foi paragem obrigatória e palco de uma autêntica peça de teatro.
Posteriormente, subimos a uma altitude média de 700 metros até ao epicentro do Baixo Tâmega – a Serra da Aboboreira. Através do mítico Miradouro da Senhora da Guia, localizado junto à Capela da Nossa Senhora da Guia, é possível vislumbrar numa amplitude impressionante Baião, Amarante e Marco de Canaveses. Encaixada entre o Douro e o Tâmega, na “sombra” das suas irmãs maiores, o Marão e o Alvão, esta serra está assim inserida num território dotado de vastos e valiosos recursos naturais e com um elevadíssimo potencial para o desenvolvimento do turismo de natureza. Aliás, um dos trilhos que se pode fazer na Serra é o Trilho dos Dólmens, tendo oportunidade de visitar vários antigos túmulos que remontam à pré-história. A Serra da Aboboreira é, assim, um autêntico santuário megalítico, onde se pode vislumbrar paisagens graníticas, semeadas de mamoas e dólmens numa extensão rara.
Tiveram, ainda, oportunidade de experienciar um piquenique serrano, composto por enchidos, presunto, vinho verde, Mel do Marão e o Biscoito da Teixeira, considerado Doce de Território e nomeado, atualmente, para as 7 Maravilhas doces de Portugal.
Ao jantar, no aconchego da serra, o grupo foi recebido pelas memórias e o sabor da cozinha tradicional da Tasquinha do Fumo. Nesta casa rústica, servem-se iguarias da gastronomia regional, confecionadas em potes de barro e panelas de ferro. A ementa escolhida foi vitela arouquesa assada na brasa, acompanhada de vinhos verdes da região. Para terminar, para além das deliciosas sobremesas (pêra bêbada, pão-de-ló caseiro e leite creme), provaram um café servido em bule de barro, acompanhado por um licor caseiro.
Pernoitaram no Douro Royal Valley Hotel & SPA, a unidade hoteleira de 5 estrelas da JASE Hotels & Resorts, destacada no passado sábado, dia 8 de junho, como a vencedora dos World Travel Awards 2019, na categoria de Europe’s Leading Lifestyle Resort. No Douro, entre rios e vinhas, a Fam Trip encontrou neste hotel mais do que um momento de repouso, um lugar onde a arquitetura moderna e elegante, aliada à paisagem circundante sobre o rio Douro, permitem uma relação próxima com a natureza.
No terceiro e último dia, os jornalistas e influenciadores não resistiram em dar um mergulho à piscina infinita deste hotel, que é um dos principais ex-líbris da unidade hoteleira. Este paraíso é, assim, um segredo escondido da região que tem ao dispor alojamento de luxo, com experiências gastronómicas de alta qualidade e momentos únicos.
Marco de Canaveses foi o último destino. Deslocaram-se até ao Restaurante Ponte de Pedra, onde provaram o tradicional anho assado com arroz do forno e o leite creme, doce típico da região. A degustação foi acompanhada pela apresentação de Victor Mendes, sommelier da Guapos Wine Projet, sobre os casamentos entre a gastronomia e os vinhos. O almoço foi seguido pela visita à monumental Igreja de Santa Maria, da autoria de Siza Vieira. Por último, e fazendo jus à fama de Terras de sabores, o roteiro só poderia ter terminado com as deliciosas Fatias do Freixo na Casa dos Lenteirões, localizada entre o rio Tâmega e a cidade romana de Tongobriga. Esta casa conta com quase 200 anos de história e em tempos satisfez os desejos de requinte de D. Luís, que incluia as Fatias do Freixo nos seus banquetes. A receita mantém-se fiel à origem e faz desta iguaria mais do que uma espécie de pão de ló ligeiramente húmido e fofo, um ícone da doçaria regional.
Esta ação de promoção é co-financiada pelo Norte2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, inserida na operação Gestão Ativa do Património Natural da Serra da Aboboreira,
Link do vídeo do Roteiro: https://youtu.be/4S5fcVu7dDI