O Secretário Regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares apelou hoje, na Horta, a que os partidos “não prejudiquem a SATA, usando-a como arma de arremesso político” e que “façam uma abordagem séria e intelectualmente honesta às contas da SATA”.
Berto Messias, que falava na Assembleia Legislativa, na sequência de uma declaração política apresentada pelo PSD sobre resultados da SATA em 2017, frisou que este partido se “esqueceu propositadamente de referir algumas das causas que contribuíram para esses resultados”, nomeadamente as “várias instabilidades que decorreram ao longo de 2017, que são inquestionáveis, e que contribuíram também para estes resultados que, naturalmente, não nos agradam”.
“Desde logo, a subida do preço dos combustíveis, que tem um impacto considerável neste tipo de empresas, as instabilidades, os incidentes que ocorreram no ano passado com algumas aeronaves e as greves condicionaram negativamente estes resultados”, que foram ainda influenciados “pelas alterações no mercado que aconteceram em 2015”, destacou o Secretário Regional.
Berto Messias sublinhou que é “legítimo que cada partido tenha sobre esta matéria a abordagem que muito bem entender”, mas “com a seriedade e com a honestidade intelectual que se exige, abordando o assunto em todas as suas diversas dimensões”.
“Abordar os resultados da SATA, esquecendo propositadamente estes fatores externos, não nos parece sério, nem intelectualmente honesto”, reafirmou.
O Secretário Regional assegurou que o Governo dos Açores está “consciente das suas opções e daquilo que tem sido o caminho da SATA ao serviço dos Açores e dos Açorianos”.
“As orientações claras para que fossem feitas algumas rotas para apoiar o setor turístico da Região, quando estávamos mergulhados numa profundíssima crise económica e social – nacional e europeia – que derrubou países por essa Europa fora, foram tomadas de forma consciente, por um acionista que tinha como primeira prioridade proteger os Açores e os Açorianos, o setor turístico da Região e os trabalhadores desse setor”, salientou Berto Messias.
Relativamente aos resultados da SATA, Berto Messias afirmou que “são o que são”, frisando que o Governo dos Açores não os “escamoteia” e “cá está, como sempre, a dar a cara por esses resultados”, tendo “entregado as contas da SATA com total transparência e sem lapsos, como sempre”.
Respondendo ao apelo ao “exame de consciência” feito pelo PSD, Berto Messias retorquiu que “também os partidos da oposição devem fazer um exame de consciência sobre os impactos das leviandades e irresponsabilidades que muitos deputados por vezes tomam contra a SATA e contra os trabalhadores da empresa e contra aquilo que esta representa”.
“Os partidos que acusam permanentemente o Governo Regional de ingerências quando, curiosamente, todas as propostas que apresentam são precisamente de que se aumentem as ingerências sem olhar a meios, que se aumentem as despesas ou que se aumentem os voos, devem fazer um permanente exame de consciência sobre aquilo que se diz e se faz, bem como sobre os resultados negativos que essa ação política muitas vezes tem”, sublinhou.
“As contas, o trabalho, o percurso da SATA são, provavelmente, dos assuntos mais discutidos no Parlamento e nas comissões parlamentares. O Governo dos Açores sempre lá esteve e sempre estará para dar a cara pelas suas opções, respondendo pelos seus atos e pelos seus resultados”, garantiu Berto Messias.