A proposta de comunicação, subordinada ao tema “Serra do Marão: o futuro na tradição ou a tradição no futuro” vai integrar o 1º Congresso Ibero Americano em Estudos de Paisagem que vai decorrer, em Sintra, em 2018.
Recorde-se que desde há largos meses que o Município de Amarante tem no terreno uma equipa técnica a trabalhar na execução da candidatura aprovada pelo Norte 2020 – Património Natural, com o principal objetivo de transformar o Marão numa marca de excelência, exaltando todo o potencial desta Serra. Esta participação representa, assim, mais um reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Numa lógica de promoção turística e económica da região, o Município realizou um estudo que assenta em quatro ações: valorização dos recursos endógenos; infraestruturas verdes e corredores ecológicos; parque linear e plano de marketing.
“As paisagens de montanha resultam de uma estreita relação entre homem e natureza, que confere a este sistema dinâmicas muito particulares e, ao mesmo tempo, determinantes para o seu elevado valor natural e cultural”, pode ler-se no Resumo do artigo científico submetido à comissão do Congresso.
O artigo apresenta um método de estudo de uma paisagem de montanha baseado no seu caráter e valências naturais, a partir do qual foram definidas estratégias de desenvolvimento sustentável que visam a proteção da biodiversidade em articulação com o crescimento socioeconómico das populações que lá habitam. Debruçou-se sobre a paisagem da Serra do Marão, no território de Amarante, um sistema de montanha com dinâmicas muito distintas, onde se destaca o padrão de ocupação humana, assim como o seu elevado valor natural, que lhe faz valer a sua classificação como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 “Alvão/Marão”.
A Serra do Marão separa o litoral e interior do Norte de Portugal, com uma elevação com 1415 metros de altitude, integra o sistema montanhoso que inicia na Serra da Peneda e se prolonga até ao rio Douro.
Dos diversos valores naturais, destaque para os cursos de água límpidos, as matas autóctones e a existência de diversos habitats naturais e seminaturais, espécies de flora e fauna ameaçados, e ainda uma composição de espécies de plantas e animais não classificados mas de elevado interesse, a nível ecológico (funcionamento dos ecossistemas), económico e cultural. Imponentes miradouros naturais são mais um dos esplendorosos cenários que podemos encontrar numa incursão pelo Marão.
Partindo à descoberta da Serra do Marão e dando-a a conhecer ao país e ao mundo é necessário especial atenção à formulação de estratégias alternativas de desenvolvimento destes “frágeis mas importantes territórios, tendo como base a proteção e valorização dos seus recursos endógenos. A paisagem deverá assumir as mais diversas funções, assentando numa multifuncionalidade que combine a conservação dos valores tradicionais que a sustentam, aliado a uma modernidade e inovação que a irão tornar única e atrativa”.