Select Page

Celebração de um corpo em fim de linha sobe hoje ao palco do Teatro Rivoli

António Durães, apoiado por Ana Moreira, faz o público do Rivoli viver o drama de um homem do teatro que entra na curva descendente da sua vida, em “Noite de Outono”, hoje à noite e sábado à tarde.

“Um escritório desorganizado, com livros empilhados por toda a parte e no qual a solidão é companheira inevitável. Uma antiga máquina de escrever a aguardar um impulso criativo. Fotografias por toda a parte, como fragmentos de um quotidiano vetusto e despojado de cor.” – in Expresso, por André Manuel Correia.

Este é o cenário de “Noite de Outono”, a primeira de quatro noites da “Tetralogia das Estações” do dramaturgo Luís Mestre. A coprodução do Teatro Municipal do Porto com o Teatro Nova Europa propõe um espetáculo que é uma celebração de um corpo em fim de linha, em perda irremediável de si mesmo. 

A peça conta a história de um homem de teatro “encurralado depois da vida artística”, como explica Luís Mestre, autor e encenador da peça à jornalista do Público. “Está numa fase descendente da sua vida”, conta, explicando que também o Outono é um momento “complicado em que as pessoas estão em perda”. Como as árvores que perdem as folhas nesta estação, “Noite de Outono tem a ver com o término da vida dele”, quando o ator começa a perder faculdades criativas e físicas.” – in Público, por Renata Monteiro.

Nesta condição, o personagem de António Durães tem momentaneamente a companhia e testemunha inesperada de uma jovem mulher, interpretada por Ana Moreira. Este momento é atravessado por diferentes momentos de perturbação e deslocamento: um encontro entre a arte, com o seu sacrifício e violência, e a vida mundana, repleta de acontecimentos banais.  

Ana tem o dever, durante a noite, de testemunhar António. “Ele pede-lhe que o testemunhe, que o valide diariamente para perceber que há alguém que está lá, que confirme que ele existe”, explica Luís Mestre. O encenador associa esta necessidade de validação do personagem ao uso feito atualmente das redes sociais: “Este homem precisa que alguém testemunhe a fase final da sua vida”, frisa o encenador” – in Expresso, por André Manuel Correia.

“Noite de Outono” traz para o palco nostalgia, fotografia, música, Eurípides, recortes do quotidiano e rompimentos de alguns tratados canónicos.

O espetáculo está marcado para as 21,30 horas desta sexta-feira e para as 19 horas de sábado.

Pontos de Interesse

Cartão Andante terá nova imagem

Catorze anos depois do lançamento do cartão Andante, rosto do projeto de intermodalidade de transportes na Área Metropolitana do Porto, o TIP – Transportes Intermodais do Porto, ACE – entidade gestora do sistema de...