A Cerimónia Militar foi o ponto alto das comemorações do Dia do Exército, em Elvas, que teve lugar no Rossio de São Francisco, e que juntou mais de um milhar de militares em parada, e com muito público a assistir.
A cerimónia foi presidida ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, tendo também contado com a presença de entidades civis e militares, como o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Francisco Rovisco Duarte, o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, e o antigo Presidente da República, António Ramalho Eanes, que foi bastante aplaudido por todos os presentes.
Após a receção dos convidados e honras, interveio o Chefe de Estado-Maior do Exército, General Francisco Rovisco Duarte, que explicou que a “escolha de Elvas para celebrar o Dia do Exercito, assenta em três razões: pelo reconhecimento das circunstâncias que ditaram a ocorrência das Batalhas do Atoleiros, Linhas de Elvas, Ameixial e Montes Claros, ou seja, intrinsecamente ligadas à manutenção da independência e defesa de Portugal, e que levaram alguns cronistas a designar Elvas como a Chave do Reino”.
A segunda razão prende-se com o “reconhecimento da importância histórico-cultural do património aqui existente, e que esteve na origem da inserção da cidade fortificada de Elvas, na lista do Património Mundial da UNESCO em 2012. Por último, a excelência das ancestrais relações de proximidade, de cooperação e entreajuda que existe entre o Exército e a cidade, bem como toda esta região alentejana, em particular, e provavelmente, Elvas representará a mais duradoura, volumosa e profícua ligação entre o civil, o religioso e o militar. Por aqui passaram 35 regimentos. Uma cidade fronteiriça onde se praticou o aboltamento até ao século XIX. São razões suficientemente fortes para que o Exército e o Município de Elvas pudessem abraçar o projeto, mediante uma excelente coordenação, complementassem capacidades específicas e materializarem este excelente evento”, salientou o General. Referindo que este foi “um dia de grande significado para o Exército”.
O ministro José Azeredo Lopes, agradeceu a Elvas “evocando o ilustre passado histórico desta cidade raiana e a sua importância para a defesa nacional e para a história de Portugal. Deixem-me relembrar que, em 1649, as suas linhas de muralhas e os seus fortes de Santa Luzia e da Graça, cumpriram um papel defensivo de grande relevo no desenlace da Guerra da Restauração, na tão célebre Batalha das Linhas de Elvas”.
Para além disso, lembrou o governante, “o património histórico de Elvas, e em particular o militar, é de uma riqueza tal, que a UNESCO inscreveu na sua lista de Património Mundial, o Aqueduto da Amoreira, os Fortes da Graça e de Santa Luzia, os Fortins de São Mamede, São Domingos e de São Pedro, bem como todo o Centro Histórico, do qual pontificam as cercas medievais e os edifícios militares da antiga Praça Forte de Elvas, não esqueçamos as muralhas seiscentistas de Elvas que constituem a maior fortificação abaluartada terrestre do mundo”.
José Azeredo Lopes sublinhou ainda que “a história de Elvas está profundamente ligada à história da fundação de Portugal, à definição e à defesa das nossas fronteiras. Também a história do Exército Português se confunde com a fundação do Estado Português, que é um dos mais antigos da Europa”, acrescentando que a “história de Elvas, do Exército Português são parte integrante da história de Portugal, e que todos podemos e devemos orgulhar”.
O Ministro agradeceu ainda à cidade, “cuja história e património enriquecem e orgulham Portugal, e a todos os elvenses que nos recebem neste dia tão importante para o Exército e para a Defesa Nacional”.
A anteceder estas atividades, decorreu na Igreja da Sé, uma missa de Ação de Graças e Sufrágio, que foi transmitida pela RTP e contou com muito público a assistir.