O álbum intitulado “Amarantina” com 12 temas inéditos tocados com a viola amarantina, da responsabilidade de Chico Gouveia, vai ser apresentado ao vivo na Casa das Artes – Centro Cultural de Amarante, na próxima quarta-feira, dia 24 de abril, pelas 22h00.
Trata-se de um disco dedicado à viola amarantina e ao mestre violeiro António Teixeira da Silva (ATS), cujas violas têm ganho uma reconhecida qualidade sonora por parte dos seus tocadores que começam a espalhar-se pelo país. Assim o refere Chico Gouveia no seu trabalho quando escreveu que “quis fazer um disco que fizesse justiça a quem o construiu, que respeitasse a personalidade deste instrumento, que o integrasse na sua ambiência local, explorasse as suas inúmeras sonoridades, que demonstrasse a sua competência quando sujeita às mais variadas técnicas de execução e no confronto com outros instrumentos, e, acima de tudo, que lhe abrisse novos caminhos, outros horizontes”.
De salientar que este trabalho foi integralmente executado com um instrumento do artesão amarantino, sendo o primeiro disco inteiramente dedicado à viola amarantina, com composições de Chico Gouveia.
Neste trabalho musical pode ouvir-se Romaria, Joaninha, Ventos do Marão, Balada do Tâmega, Malhão Novo de Amarante, Bailarico, Chula dos Caralhitos, Natal na Aldeia, Vira de S. Simão (De Gouveia), Oração (a S.Gonçalo), Valsa do Violeiro e Linda Violinha, numa distribuição da editora Tradisom.
Chico Gouveia (breve biografia musical)
– Nasceu em 1953 no Porto
– Começou a estudar violão aos 12 anos com António Mafra, e aos 14 anos começou a estudar piano. Nos anos seguintes dedicou-se definitivamente à guitarra clássica, tendo estudado com vários professores, entre eles o Prof. Duarte Costa, do qual fez o curso completo.
– Durante a década de 70 fez parte, como guitarrista e teclista, de várias bandas rock da área suburbana do Porto.
– Nessa altura dava aulas de guitarra clássica e regia uma orquestra de cordas em Gondomar, que ele mesmo fundou, com os seus alunos.
– Na década de 80 começou a interessar-se pelos instrumentos de corda portugueses, tendo-se iniciado na “guitarra portuguesa”, assimilando a técnica da guitarra de Coimbra, tendo como referência Carlos Paredes.
– Efectua vários recitais em Portugal e Espanha, acompanhado pelo Prof. José Neves (guitarra clássica). Deste trabalho viriam resultar na gravação de 2 álbuns de guitarra portuguesa (UMA GUITARRA SOBRE O RIO e O NATAL DE UMA GUITARRA), com composições originais suas.
– Nos inícios da década de 80 começou a frequentar a oficina do violeiro Domingos Machado, em Braga, onde teve os primeiros contactos com os cordofones populares portugueses. Inicia-se no cavaquinho, viola braguesa, toeira, etc., tendo editado nessa altura dois discos, um de cavaquinho e outro de viola braguesa, com a adaptações de temas clássicos para estes instrumentos e também com temas originais.
– Por volta do ano 2000 cria um site na net chamado “Guitarras de Portugal”, dedicado à divulgação dos instrumentos de cordas populares portugueses (cavaquinho, viola braguesa, viola requinta, viola toeira, guitarra portuguesa, etc.) que obtém sucesso pois tratava-se de um passo pioneiro na divulgação global da nossa música popular. O site encerrou há 4 anos tendo sido substituído pelo seu canal YouTube.
– Em 2008, gravou um disco dedicado à “viola toeira” de Coimbra, SERENATA, que viria a receber um prémio de melhor CD de música étnica desse ano, atribuído pelo Clube de Radialistas.
– Em 2016 grava um disco dedicado à viola braguesa (MODA VELHA), composto exclusivamente por composições originais.
– É durante esta década que conhece António Teixeira da Silva, luthier de Amarante, começando a dedicar-se ao estudo da “viola amarantina”. Rendido à qualidade de construção deste artesão, começa a frequentar a sua oficina e na sequência dos estudos e experiências que desenvolveu com esta viola, decide gravar em 2018 o álbum AMARANTINA que, como os seus restantes trabalhos, é composto somente por composições originais escritas especialmente para o instrumento.
– Nunca optou pela profissionalização na música, facto de que nunca se arrependeu. Gosta do seu estatuto de amador.