Rui Moreira encontra-se hoje na inauguração da exposição que representa Portugal na 15.ªBienal de Arquitetura de Veneza, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa e acompanhado pelo vereador da Cultura da Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha. Porto e Matosinhos representam duas cidades da Frente Atlântica que contêm grandes ligações ao arquiteto Siza Vieira, cuja obra é tema da representação portuguesa.
“Neighbourhood: Where Alvaro meets Aldo” centra-se na obra de Álvaro Siza Vieira, numa mostra com curadoria dos arquitetos Nuno Grande e Roberto Cremascoli e comissariada por Carlos Moura-Carvalho, diretor-geral das Artes.
No âmbito da representação nacional são apresentados quatro bairros sociais europeus desenhados pelo arquiteto Álvaro Siza, através de projeções de vídeo, fotografias e maquetas, sendo que a escolha portuguesa recaiu sobre o Bairro da Bouça, no Porto. Os outros três projetos de habitação social são Campo di Marte (Giudecca, Veneza), Schilderswijk Oeste (Haia) e Schlesisches Tor (Berlim).
A edição deste ano da Bienal de Arquitetura de Veneza, que abrirá ao público no próximo sábado e vai decorrer de 28 de maio a 27 de novembro, sob o título “Reporting from the Front”, tem como curador geral o chileno Alejandro Aravena, recém-distinguido com o Prémio Pritzker de arquitetura e foca-se nas preocupações sociais e nas transformações urbanas ocorridas no mundo inteiro.
Como resposta ao desafio lançado por Alejandro Aravena, Portugal apresenta um pavilhão “site-especific”, construído numa frente urbana que se encontra em plena regeneração física e social, dentro da cidade de Veneza, e mais especificamente na ilha de Giudecca: o Campo di Marte. A ideia de instalar o pavilhão português ‘in situ’ despoletou a conclusão do projeto de regeneração do Campo di Marte, proposto pelo arquiteto Siza Vieira. Após a “ocupação” deste local em construção, a exposição dará lugar a um espaço arquitetónico destinado a habitantes reais.
Mais de 30 anos depois, “está a ser lançado o concurso para completar a intervenção de Álvaro Siza naquele lugar”, aproveitando o projeto português para a Bienal de Veneza, “Neighbourhood – Where Álvaro meets Aldo”, referiu a Direção-Geral das Artes (DGArtes), em comunicado.
“O curador curou uma zona de Veneza doente, que não se completava”, referiu, por seu lado, Siza Vieira, durante a apresentação em Portugal da representação portuguesa para a Bienal de Veneza, que se realizou precisamente no Bairro da Bouça, no Porto.