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Clima dos países escandinavos é uma personagem sempre presente nos policiais nórdicos

O clima dos países escandinavos marca decididamente os policiais nórdicos, concordaram os escritores Arne Dahl (Suécia) e Christoffer Petersen (Dinamarca), em mais uma sessão do FOLIO AUTORES, ontem, 18 de Outubro, ao final da tarde, em Óbidos.

Uma vida quotidiana normalmente escura e fria, em cenários muitas vezes deprimentes, tornam o clima uma personagem sempre presente nestas obras. Algo ainda mais notório nos livros de Christoffer Peterson que em 2006 mudou-se com a sua mulher para a Gronelândia, onde passaram sete anos. Dessa estada, num local onde só há dois meses com Sol, resultaram os seus primeiros policiais.

Em Portugal, Christoffer Peterson ainda só tem um livro editado, intitulado “Um Inverno, Sete Sepulturas”, e que é o primeiro livro de uma série que tem a Gronelândia como cenário. Com apenas 56 mil habitantes, “na Gronelândia os crimes são muito mais pessoais”, salientou.

Os policiais nórdicos têm ainda outra caraterística que os distingue, por exemplo, dos americanos: têm menos violência explícita. “Os escandinavos estão mais interessados em entender porque determinado tipo de violência acontece”, explicou Arne Dahl. Os autores nórdicos interessam-se também mais pelo perfil psicológico das personagens.

Arne Dahl é o pseudónimo de Jan Arnald (nascido na Suécia, em 1963), que, além de escritor, é também editor e crítico literário. É considerado um dos melhores autores de policiais nórdicos. Os seus livros encontram-se traduzidos em 32 países e já venderam perto de quatro milhões de exemplares. Em Portugal tem três livros publicados: “Perseguidos”, “Areias Movediças” e “Misterioso”.

Os autores abordaram ainda a situação política atual nos seus países e no Mundo, lamentando a forma como alguns dirigentes políticos têm fomentado o conflito e a violência. Para Arne Dahl, há um grande descrédito em relação a pessoas e entidades em que as pessoas deveriam poder confiar, algo que se reflete nestes romances mais recentes, onde nem os polícias são 100 por cento de confiança. “As pessoas não podem aceitar a violência como sendo normal”, acrescentou Christoffer Peterson.

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