É a árvore que dá o nome a Freixo de Espada à Cinta, tem mais de 500 anos, é o clone do freixo mais famoso de Portugal e chega agora aos jardins do Parque Florestal de Amarante. A plantação aconteceu precisamente a 23 de novembro, dia da Floresta Autóctone.
O Freixo de Duarte de Armas – assim se chama a árvore emblemática de Freixo de Espada à Cinta – conta com vinte e dois clones. Recorde-se que o primeiro exemplar foi entregue à Presidência da República, em 2017, para ser plantado nos jardins do Palácio de Belém.
Após um processo “delicado de recuperação da árvore foram entregues a 24 de maio de 2017 os clones da mesma às 20 capitais de distrito, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira e foi apresentado o livro que descreve todo o processo”, recorda Luís Martins da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, coordenador do projeto.
O Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), envolvendo diretamente o Viveiro Florestal de Amarante, da Divisão de Gestão Operacional e Valorização do Norte, comprometeu-se em estudar a viabilidade da propagação vegetativa (clonal) e seminal do Freixo Duarte de Armas e ajustar os procedimentos técnicos e científicos para a sua realização.
“Este esforço de reprodução do exemplar arbóreo mais icónico da terra natal de Guerra Junqueiro, levado a efeito pelo Viveiro Florestal de Amarante, manifestou a complexidade de reprodução vegetativa de árvores centenárias e em simultâneo o caráter vincadamente resiliente da espécie – Fraxinus angustifólia Vahl”, menciona Carlos Silva, do ICNF. “Trata-se de uma espécie autóctone e fortemente plástica em todo o território nacional, relevante ao nível medicinal e ao nível ecológico”, termina.
Os clones e o livro resultam, pois, de um “trabalho conjunto de recuperação, da condição e estrutura por processos cirúrgicos e técnicas para estabilização do tronco e copa e que incluiu pesquisas da história, arqueologia, botânica, fisiologia e fitossanidade, por uma equipa de investigadores da UTAD, da Universidade do Algarve, do ICNF e do Município de Freixo de Espada à Cinta”, prossegue o investigador da UTAD.
Provenientes da “lendária” árvore que tem mais de 500 anos, os clones emprestaram o nome à vila transmontana. De acordo com o investigador Luís Martins, foram feitas mais de 900 estacas para assegurar os primeiros vinte e dois clones, já que a clonagem foi feita através de raízes novas, que nasceram após o início do processo de recuperação do freixo.
O freixo tem o nome associado a Duarte de Armas, que representou cartograficamente, a mando do rei Manuel I, a cartografia de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510.