A Universidade da Beira Interior e o Auditório Municipal do Sabugal recebem hoje e amanhã, respetivamente, o Colóquio de Estudo e de Homenagem a Jesué Pinharanda Gomes.
O evento, subordinado ao tema «Celebrar o Saber Amigo», decorre hoje, dia 8 de junho, no Anfiteatro da Parada (Polo I) e amanhã, dia 9, no Auditório Municipal do Sabugal. Reúne alguns especialistas que, sob diversas perspetivas e abordagens, se vão debruçar sobre a obra do autor homenageado, não deixando, naturalmente, de destacar algumas passagens marcantes da sua vida.
O Colóquio surge na sequência da atribuição do Doutoramento Honoris Causa, pela UBI, em março deste ano, e do 6.º aniversário da criação do Centro de Estudos Jesué Pinharanda Gomes, que se celebrará no dia 9 de junho.
É organizado pela Faculdade de Artes e Letras da UBI – por iniciativa das comissões científicas dos cursos de Licenciatura e de Mestrado em Ciências da Cultura –, a Câmara Municipal do Sabugal, associada ao mencionado Centro de Estudos, e a Universidade Aberta, através do seu Centro Local de Aprendizagem do Sabugal.
BiografiaJesué Pinharanda Gomes nasceu no dia 7 de outubro de 1939, em Quadrazais, freguesia do conselho do Sabugal. Mau grado as dificuldades materiais e os sacrifícios vários que, por força das circunstâncias, teve de vencer, num percurso que o leva do Sabugal à Guarda, daqui para o Fundão e depois para Lisboa, jamais desistiu. O genuíno amor ao saber, que desde cedo se manifestou, materializou-se na sua dedicação incondicional ao estudo e à escrita que não deixa de cultivar durante toda a sua vida, aliás, exemplarmente sintetizado na expressão: a sua biografia é a sua bibliografia.
Jesué Pinharanda Gomes é, no sentido pleno da palavra, um autodidata. E se o convívio com o chamado «Grupo da Filosofia Portuguesa», concretamente com os mestres-discípulos de Leonardo Coimbra, de onde se destacam Álvaro Ribeiro, José Marinho e, mais tarde, Afonso Botelho, Cunha Leão, Orlando Vitorino, António Telmo e António Quadros…, foi muito importante na sua evolução intelectual, outro tanto se poderá dizer acerca dos bancos da Biblioteca Nacional, primeiro no Chiado e depois no Campo Grande, que foram, ao longo de muitos anos, os assentos, nas várias aceções da palavra, da sua Universidade. Foi neles que as múltiplas facetas de ensaísta, de pensador, de historiador da filosofia e da cultura, de escritor e de investigador da Cultura Portuguesa nasceram, floresceram e, finalmente, já na sua maturidade, vieram a lume, plasmadas numa vasta obra escrita que merece ser continuamente lida e estudada.